Enquanto o mundo lutava para conter a crise do coronavírus, o investimento estrangeiro nos Estados Unidos despencou 49% em 2020, já a China aumentou em 4% sua captação, tornando o país asiático o maior receptor de fluxos estrangeiros pela primeira vez, de acordo com um relatório divulgado no último domingo (24) pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento.
A China arrecadou US$ 163 bilhões em novos investimentos de empresas estrangeiras em 2020, enquanto os EUA ficaram em segundo lugar, com US$ 134 bilhões. Os norte-americanos e os chineses tiveram respostas amplamente diferentes à pandemia, com o governo da China instituindo medidas restritivas e lockdowns de grande escala no início de 2020, enquanto a resposta de Donald Trump foi muito menos centralizada e muito menos eficaz para conter a propagação do vírus.
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A resposta à pandemia provocou uma grande mudança na economia global. Enquanto os Estados Unidos e outros países ocidentais lutavam para conter a crise de saúde, a China voltou a trabalhar, a manufatura acelerou e, como resultado, o país asiático foi a única grande economia a relatar expansão econômica em 2020.
Embora o ímpeto do Investimento Estrangeiro Direto (FDI, em inglês) esteja mudando para a China há vários anos, o estoque total de investimento estrangeiro ainda é maior nos Estados Unidos, observou o The Wall Street Journal. O FDI na Índia aumentou 13% em 2020, enquanto o Investimento Estrangeiro Direto na União Europeia caiu dois terços.
A ONU espera que o investimento estrangeiro em geral permaneça fraco em 2021.
O investimento estrangeiro direto caiu 42% em todo o mundo em 2020, de US$ 1,5 trilhão em 2019, para US$ 859 bilhões em 2020. A maior parte desse declínio ocorreu em países desenvolvidos, disse a ONU.
Apesar das relações cada vez mais frias entre os EUA e a China, as empresas ocidentais continuam a despejar seus recursos na economia em rápido crescimento. No mês passado, a Goldman Sachs assumiu o controle total de uma de suas joint venture. O JPMorgan fez o mesmo em novembro. A Tesla está aumentando a produção na China e no início do ano passado, a PepsiCo aportou US$ 705 milhões na compra de uma marca chinesa de salgadinhos.
“Nós e outras empresas estrangeiras continuaremos a investir na China, pois o país segue como uma das economias mais resistentes durante a pandemia global e tem potencial de crescimento futuro mais forte do que a maioria das outras grandes economias”, disse Adam Lysenko, analista do Rhodium Group, à Bloomberg no mês passado.
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