O Ibovespa fechou o dia em campo positivo, avançando 0,60% aos 123.998 pontos, recuperando-se da realização de lucros da sessão de ontem e sustentado, mais uma vez, pelo fluxo de capital estrangeiro na Bolsa brasileira. Até o dia 8 de dezembro, o saldo de recursos vindos do exterior na B3 era positivo em R$ 10,7 bilhões.
No exterior, a atenção do mercado está na transição de poder na Casa Branca. Na próxima quinta-feira, o presidente eleito, Joe Biden, deve anunciar um novo pacote de estímulo financeiro na casa dos trilhões para a recuperação da economia dos EUA, impulsionando uma recuperação nos índices em Wall Street após a correção de ontem. O Dow Jones fechou o dia subindo 0,19%, aos 31.068 pontos o S&P 500 teve alta de 0,04% aos 3.801 pontos e o Nasdaq valorizou 0,28% aos 13.072 pontos.
Analistas projetam que os próximos pregões podem ser de volatilidade para os ativos globais frente à tensão em Washington nos últimos dias da administração Donald Trump. O FBI alertou ontem que novos protestos com grupos armados são planejados em todas as capitais dos Estados Unidos para a próxima quarta-feira, dia da posse de Biden.
O dólar teve hoje a maior queda em dois anos e meio refletindo um forte movimento de realização de lucros vindo do exterior. A moeda norte-americana devolveu em apenas um dia mais da metade do ganho acumulado nas primeiras sessões de 2021, perdendo 3,26% e negociada a R$ 5,32 na venda.
Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, considerou que a maior parte da baixa do dólar hoje veio do exterior, onde a moeda caía de forma generalizada depois de um rali nos primeiros dias do ano. “Existe a perspectiva de mais estímulo global e isso é positivo para mercados e ativos emergentes, como o real”, disse.
O tombo do dólar se deu ainda em meio a declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra. Em live, o diretor afirmou que os juros de 2% não são para situações normais no Brasil e que é natural imaginar que o “estímulo extraordinário” concedido pelo BC à economia via política monetária será retirado de cena em algum momento.
O comentário foi realizado no mesmo dia em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,35% em dezembro, após alta de 0,89% no mês anterior. Com o resultado, a inflação medida pelo IPCA encerrou 2020 em 4,52%.
O mercado tem avaliado que parte da pressão sobre o real desde o ano passado decorre do baixo nível de juros, com a Selic na mínima histórica de 2% deixando a moeda brasileira como opção barata para hedge ou mesmo como fonte de financiamento.
O Barclays espera que o Banco Central comece a elevar os juros em agosto, com a Selic fechando o ano em 3,75%, ante os atuais 2%. Na avaliação do banco, no entanto, os números da inflação podem levantar questionamentos sobre a manutenção na próxima semana do forward guidance – uma orientação futura que sinaliza a manutenção da taxa de juros nos patamares atuais. (Com Reuters)
DESTAQUES DO IBOVESPA
Maiores Altas
EMBR3: +7,90% a R$ 9,29
CRFB3: +6,05% a R$ 20,15
RAIL3: +5,29% a R$ 20,69
CYRE3: +4,93% a R$ 28,96
NTCO3: +4,81% a R$ 51,46
Maiores Baixas
CPLE6: -3,23% a R$ 67,07
GGBR4: -2,76% a R$27,52
VALE3: -2,74% a R$ 99,19
GNDI3: -2,74% a R$ 98,67
HAPV3: -2,64% a R$ 17,72
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