No mundo do investimento, o dinheiro fala. Durante a última década, os verdadeiros entusiastas da revolução das criptomoedas transformaram o que há tempos era considerado algo estranho no mundo financeiro, na próxima classe de ativos de trilhões de dólares.
Cameron Winklevoss é um empresário de criptomoedas que, ao lado do seu irmão gêmeo, Tyler, processou o Facebook, alegando que Mark Zuckerberg roubou sua ideia de rede social. Em 2012, os irmãos pegaram o dinheiro recebido por Zuckerberg e investiram em bitcoins. Eles foram ridicularizados durante anos. Dois remadores formados em Harvard em busca de fama e fortuna com moedas digitais –ao lado de nerds, anarquistas e especuladores. Agora, o bitcoin sobe a novos patamares e puxa uma debandada de seguidores das finanças tradicionais e da sociedade.
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“O bitcoin ultrapassou o Facebook em capitalização de mercado”, tuitou Cameron Winklevoss, enquanto a moeda digital disparava mais de US$ 40 mil, depois subiu para mais de US$ 41 mil na sexta-feira (9). Winklevoss acrescentou: “Faz sentido que uma rede de dinheiro seja mais valiosa do que uma rede social”. Claro, os irmãos Winklevoss ainda têm muito o que recuperar, já que Mark Zuckerberg tem uma fortuna avaliada em US$ 94 bilhões. A ameaça, no entanto, não é exatamente equivocada: com a recente disparada da criptomoeda, a Forbes estima que cada um dos gêmeos possui US$ 1,4 bilhão em ativos digitais. Na manhã de ontem (11), a moeda valia mais do que o dobro do valor contabilizado um mês atrás.
No ano passado, o mercado de ações desafiou fundamentos e deu à maioria dos investidores um motivo para sorrir, mas ninguém sorriu mais do que os investidores em bitcoin. Embora o S&P 500 tenha saltado 17% desde no início de janeiro de 2020, o bitcoin teve um pico de 400% nesse mesmo tempo, rompendo US$ 40 mil por moeda e levando consigo outros ativos digitais para sua maré em alta. Todas as criptomoedas agora valem juntas mais de US$ 920 bilhões, segundo o site de pesquisa de criptomoedas Messari.
Um fator chave para impulsionar o frenesi foi a pandemia do coronavírus, que fez o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) imprimir trilhões de dólares com o objetivo de estimular a economia e evitar uma recessão no país. Como resultado, os investidores passaram a olhar cada vez mais para o bitcoin como uma proteção contra a inflação. Ao contrário do que aconteceu em 2017, quando o BTC disparou de US$ 1 mil para US$ 19 mil impulsionado por investidores do varejo, o recente aumento é sustentado por um grande volume de investimentos institucionais e por uma proliferação de soluções para compra e armazenamento de criptomoedas.
Em 2020, a gigante de pagamentos Square usou US$ 50 milhões de fundo corporativo para comprar bitcoins –um investimento agora avaliado em US$ 161 milhões. O bilionário do fundo de hedge, Paul Tudor Jones, disse que 2% de seus ativos estavam em criptomoedas, e a gigante de private equity, Northern Trust, revelou planos para facilitar que seus clientes armazenem bitcoin e outras criptos como ethereum, XRP, litecoin e bitcoin cash. O PayPal já permite que seus 300 milhões de clientes comprem bitcoin e utilizem a moeda digital como forma de pagamento em qualquer um dos 26 milhões de comércios em que está presente.
Ao longo do caminho, alguns investidores de criptomoedas ganharam muito dinheiro. Pelo menos cinco deles passaram recentemente para o seleto grupo dos bilionários. A Forbes identificou alguns dos grandes vencedores do último boom dos criptoativos. Embora não seja um ranking completo, é possível verificar o quanto algumas fortunas dispararam. Para esta lista, incluímos apenas os investimentos em criptomoedas.
Veja, na galeria de imagens a seguir, os maiores bilionários das criptomoedas
Todas as cotações das criptomoedas são de 11 de janeiro de 2021 às 8h ET. Para a última lista de bilionários em criptomoedas da Forbes, de fevereiro de 2018, calculamos o valor das participações dos empresários e seus investimentos em criptomoedas.
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Reprodução/Forbes Cameron e Tyler Winklevoss
Estimativa de patrimônio líquido em criptomoedas: US$ 1,4 bilhão
Os cofundadores da exchange de criptomoedas Gemini, que agora fatura cerca de US$ 300 milhões por dia em negociações de ativos digitais, estavam entre os primeiros nomes reconhecidos publicamente como entusiastas e investidores em bitcoins. Em abril de 2013, os empreendedores, que inicialmente ganharam fama por contratar Mark Zuckerberg para construir um precursor para o Facebook (e mais tarde processaram Zuckerberg por roubar a ideia), possuíam US$ 11 milhões em bitcoins, com a moeda cotada em aproximadamente US$ 120 por unidade. Supondo que os gêmeos mantiveram a maioria dessas moedas e seus tokens de ethereum, cada um possui atualmente mais de US$ 1,4 bilhão em ativos digitais. Os irmãos não comentaram os números.
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Reprodução/Forbes Matthew Roszak
Estimativa de patrimônio líquido em criptomoedas: US$ 1,2 bilhão
No final dos anos 1990 e início dos anos 2000, Roszak trabalhou com venture capital e também empreendeu, antes de comprar seus primeiros bitcoins em 2012. Atualmente, ele é cofundador e presidente da Bloq, uma startup blockchain fundada há cinco anos que tem entre seus clientes empresas como o Citigroup e a Discover. A Bloq oferece consultoria no processamento de pagamentos com stablecoins (criptomoedas atreladas a uma moeda tradicional) ajudando bancos a armazenar ativos digitais com segurança. Roszak há muito tempo é um ‘cripto evangelista’ e recentemente liderou uma iniciativa para dar a cada membro do Congresso norte-americano US$ 50 em ativos digitais. A Forbes estima que seu patrimônio líquido em criptos é de US$ 1,2 bilhão, contra cerca de US$ 300 milhões há um ano. “Este será o Roaring 20’s (termo utilizado para se referir a um período de efervescência) para o bitcoin”, disse ele à Forbes.
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Reprodução/Forbes Tim Draper
Estimativa de patrimônio líquido em criptomoedas: US$ 1,1 bilhão
Parte da dinastia de investidores da família Draper, sediada no Vale do Silício, em 1985, Tim se tornou sócio-fundador da Draper Fisher Jurvetson, uma empresa de venture capital que fez centenas de investimentos em empresas que vão da Tesla à extinta empresa de exames médicos Theranos. Em 2014, ele comprou 29.656 bitcoins que foram confiscados pelos agentes dos EUA no mercado ilegal por US$ 18,7 milhões, sendo US$ 632 por moeda. “Dólar é a moeda do passado”, disse Draper à Forbes por e-mail. “O bitcoin é a moeda do futuro. O que estamos vendo agora é a transição antropológica global dos dólares para o bitcoin. Por isso, continuo a ser um hodler (termo utilizado para definir quem opta por segurar um ativo ao invés de vender) e um comprador de cripto.” Draper recusou os pedidos da Forbes para uma entrevista. Supondo que ele tenha guardado tudo o que comprou em 2014, o montante deve valer atualmente US$ 1,1 bilhão.
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Reprodução/Forbes Michael Saylor
Estimativa de patrimônio líquido em criptomoedas: US$ 600 milhões
O CEO da empresa de análise de negócios MicroStrategy explodiu no universo bitcoin em 2020, levando a MicroStrategy a investir mais de US$ 1,1 bilhão em criptomoedas a um preço médio próximo de US$ 15.964 (atualmente US$ 2,4 bilhões). Saylor demonstrou preocupação com uma possível desvalorização do dólar norte-americano devido à impressão de trilhões de dólares pelo Federal Reserve. Agora, ele lidera um projeto de personalização do software de sua empresa para analisar dados do bitcoin. As ações da MicroStrategy quadruplicaram desde que anunciou sua primeira compra de bitcoins em 11 de agosto. Em outubro, Saylor revelou ter investido pessoalmente cerca de US$ 175 milhões em 17.732 bitcoins. Atualmente valorizadas para US$ 600 milhões. Somando o investimento à sua participação de US$ 1,2 bilhão na MicroStrategy, temos outro novo bilionário. “O sonho americano exige que a moeda seja sólida”, diz Saylor.
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Reprodução/Forbes Mike Novogratz
Estimativa de patrimônio líquido em criptomoedas: US$ 478 milhões
Depois que uma série de maus investimentos evaporou grande parte de sua riqueza, esse titã de fundos de hedge do Goldman Sachs e do Fortress Group renasceu como um ‘criptoguru’. Novogratz é o fundador e CEO da Galaxy Investment Partners, especializada em investir e desenvolver serviços relacionados às criptomoedas. Em 2013, ele investiu pessoalmente US$ 7 milhões em bitcoins, usando os ativos mais tarde no financiamento inicial da Galaxy. Com base em informações divulgadas em setembro de 2020, a Forbes estima que os criptoativos do Galaxy valem cerca de US$ 621 milhões, um salto de 300% em quatro meses. Como Novogratz detém 77% da empresa, isso faz com que sua participação valha US$ 478 milhões, excluindo sua participação em criptomoedas como pessoa física, que ele se recusou a divulgar.
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Vitalik Buterin
Estimativa de patrimônio líquido em criptomoedas: US$ 360 milhões
O criador do Ethereum – a segunda maior rede de criptomoedas do mundo, agora avaliada em US$ 123 bilhões – também teve um grande impulso recentemente. Buterin é mais conhecido por seu interesse acadêmico e social nas criptomoedas, do que como investidor. Ele possui mais de 333 mil tokens de ethereum, valendo aproximadamente US$ 360 milhões. Um ano atrás, essas mesmas moedas digitais custavam apenas US$ 45 milhões.
Cameron e Tyler Winklevoss
Estimativa de patrimônio líquido em criptomoedas: US$ 1,4 bilhão
Os cofundadores da exchange de criptomoedas Gemini, que agora fatura cerca de US$ 300 milhões por dia em negociações de ativos digitais, estavam entre os primeiros nomes reconhecidos publicamente como entusiastas e investidores em bitcoins. Em abril de 2013, os empreendedores, que inicialmente ganharam fama por contratar Mark Zuckerberg para construir um precursor para o Facebook (e mais tarde processaram Zuckerberg por roubar a ideia), possuíam US$ 11 milhões em bitcoins, com a moeda cotada em aproximadamente US$ 120 por unidade. Supondo que os gêmeos mantiveram a maioria dessas moedas e seus tokens de ethereum, cada um possui atualmente mais de US$ 1,4 bilhão em ativos digitais. Os irmãos não comentaram os números.
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