O Ibovespa opera em alta nos primeiros negócios do dia, avançando 1,21% aos 118.943 pontos, impulsionado pelo otimismo dos investidores com a perspectiva de retomada da agenda de reformas e privatizações após o governo eleger seus candidatos para as presidências da Câmara e do Senado na noite de ontem.
O viés altista encontra suporte também no exterior. Nos EUA, as negociações entre a Casa Branca e o Senado para aprovação do novo pacote de estímulo à economia dão fôlego aos contratos futuros em Wall Street. Ontem, um grupo de senadores republicanos apresentou uma contraproposta de gastos de US$ 618 bilhões, bem abaixo do pacote de US$ 1,9 trilhão elaborado pela equipe do presidente Joe Biden.
“A expectativa em torno da aprovação de um pacote fiscal nos EUA traz alívio à aversão ao risco”, disseram analistas do Bradesco em nota. O mercado de ações norte-americano aguarda ainda para esta terça-feira a apresentação dos balanços do quarto trimestre de 2020 da Alphabet, holding do Google, e da Amazon.
Na esteira do otimismo doméstico, o dólar perde força contra o real e recua 0,72%, indo a R$ 5,40 na venda às 10h21, horário de Brasília. O índice do dólar contra uma cesta de rivais operava entre estabilidade e leve alta no mesmo horário.
Agenda de reformas
No primeiro discurso após eleito no Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) indicou urgência para as reformas. Em seus pronunciamentos (antes e depois da eleição), o novo presidente também destacou o interesse em discutir a PEC emergencial e a PEC do Pacto Federativo, defendendo ainda a vacinação para todos “de maneira imediata” ao sugerir a atuação baseada no tripé saúde pública, desenvolvimento social e crescimento econômico. Pacheco foi eleito com 57 votos, enquanto sua principal adversária teve 21 votos.
Já o presidente eleito da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu o amparo para os brasileiros que estão em estado de desespero econômico devido ao coronavírus, a vacinação da população e o trabalho conjunto com o Senado para enfrentar os principais desafios do país. “Irei propor ao novo presidente do Senado uma ideia geral que chamo de ‘Pauta Emergencial’, para encaminharmos os temas urgentes que exigem decisões imediatas”, disse assim que foi eleito.
“Espera-se que o governo tenha mais abertura junto a esses presidentes (no Congresso) pra aprovar as reformas”, explicou à Reuters Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas.
A agenda de reformas estruturais é vista por boa parte dos mercados como essencial para a saúde fiscal do Brasil, num contexto de dívida pública recorde e persistentes temores de que o país fure seu teto de gastos.
“Já de cara pode ser que haja votações importantes, e provavelmente o Congresso vai buscar junto com o governo uma solução para os pacotes de estímulo” em resposta aos danos da Covid-19, disse Cavalcante, ressaltando que o respeito à meta fiscal deve ser mantido e que, apesar do alívio político momentâneo, os investidores seguem atentos à saúde das contas públicas.
Na semana passada, em meio a pressão da oposição por mais gastos com ajuda à população afetada pela Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a continuidade do auxílio emergencial quebraria o Brasil e teria uma série de outras consequências desastrosas. (Com Reuters)
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