No Forbes Radar de hoje (4), o lucro do Bradesco no quarto trimestre de 2020 foi de R$ 6,8 bilhões, uma alta de 2,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior, o maior resultado trimestral da história do banco, enquanto a AES Brasil, controladora da AES Tietê, planeja triplicar a capacidade de investimentos em novos projetos de geração de energia renovável após uma reestruturação em curso em seus negócios locais.
Veja estes e outros destaques de negócios do dia:
Eletrobras (ELET6)
O Juiz dos EUA, Jesse M. Furman, rejeitou todas as reivindicações feitas contra a Eletrobras e seus diretores (denominados em conjunto como “Requeridos”) na ação judicial intitulada empréstimo compulsório.
A decisão conclui que os autores da ação não apresentaram certos requisitos para suas reivindicações, incluindo danos conhecidos aos instrumentos financeiros relevantes, e não demonstrou confiança razoável nas supostas declarações falsas ou omissões dos Requeridos.
Os responsáveis pela ação nos EUA, a Eagle Equity Funds e a AAE Management for Energy Equipment, tentaram alegar que a Eletrobras estaria descumprindo a lei norte-americana ao não reconhecer passivos com títulos de empréstimo compulsório.
“No fundo, está claro que o objetivo principal (senão único) dos requerentes é obter deste tribunal o que não conseguiram na Justiça brasileira: uma decisão de que os títulos de compulsório são válidos e executáveis”, iformou M. Furman.
Criado pelo governo brasileiro nos anos 60, o empréstimo compulsório foi uma cobrança junto a consumidores industriais para financiar a expansão do sistema elétrico. Nos anos 80, o prazo para devolução dos recursos foi prorrogado e o governo definiu que a Eletrobras poderia antecipar a quitação convertendo créditos do empréstimo em ações.
A operação acabou rendendo uma série de dores de cabeça para a Eletrobras, que décadas depois ainda lida com ações judiciais e cobranças referentes ao tema, que gera frequentes obrigações de provisão de recursos.
Em outro Comunicado ao Mercado, a companhia informou que a controlada Eletrobras Termonuclear (Eletronuclear) detectou um incidente no ambiente de sua tecnologia da informação causado por um ataque por software nocivo (ransomware) que alcançou parte dos servidores da rede administrativa.
O incidente, portanto, não trouxe impactos para a segurança, nem para o funcionamento da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), muito menos prejuízos para o fornecimento da energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional.
A Eletronuclear suspendeu temporariamente o funcionamento de alguns dos seus sistemas administrativos para proteger a integridade dos seus dados.
Taurus Armas (TASA4)
A Taurus Armas e a Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL) firmaram ontem (3), um Memorando de Entendimento (MoU) que tem por objetivo estabelecer entre as partes uma possível contratação de serviços de industrialização por encomenda de produtos e serviços do portfólio da IMBEL, implantação e operação, pesquisa, desenvolvimento e produção de novos produtos, além da comercialização conjunta.
De acordo com o documento enviado à imprensa, a “TAURUS e a IMBEL somaram seus esforços de modo a fortalecer e impulsionar a Base Industrial de Defesa e Segurança do Brasil, em consonância com a Política e a Estratégia Nacional de Defesa”.
O prazo inicial do acordo assinado será de cinco anos, podendo ser prorrogado de forma sucessiva por igual período, desde que haja manifestação expressa e por escrito, que deverá ser formalizada mediante aditivo contratual.
Vale (VALE3)
A Vale produziu 300,4 milhões de toneladas de minério de ferro em 2020, um recuo de 0,5% ante o ano anterior, mas a queda também foi observada nas vendas da companhia.
Segundo relatório divulgado hoje (4), o volume produzido ficou na faixa mais baixa da meta programada pela companhia (300-305 milhões). Já as vendas de sua principal commodity no ano passado somaram 254,9 milhões de toneladas, queda de 5,4% ante o ano anterior.
A produção de minério de ferro no quarto trimestre, por sua vez, foi de 84,5 milhões de toneladas, alta de 7,9% ante o mesmo período de 2019 e queda de 4,7% em relação ao trimestre anterior.
A companhia foi levada a paralisar diversas atividades de minério de ferro após o rompimento da barragem de Brumadinho (MG), em janeiro de 2019. A companhia está buscando melhorias operacionais em Minas Gerais e também discute com autoridades para a retomada da produção.
Dadas as restrições, a Vale encerrou 2020 com 322 milhões de toneladas de capacidade de produção e espera atingir 350 milhões de toneladas de capacidade até o fim de 2021.
“Apesar dos impactos e medidas relacionados à pandemia terem reduzido a produtividade em todos os negócios e adiado, em 2020, o início dos novos ativos de minério de ferro, a Vale continua confiante de atingir 400 milhões de toneladas de capacidade ao fim de 2022”, afirmou a empresa.
Já os volumes de vendas de finos de minério de ferro e pelotas totalizaram 286,1 milhões de toneladas em 2020, 8,5% abaixo do registrado em 2019. Essas vendas foram 5% inferiores à produção de minério de ferro.
No quarto trimestre, as vendas de finos e pelotas de minério de ferro da Vale alcançaram 91,3 milhões de toneladas, alta 2,7% na comparação anual.
A Vale atingiu vendas recordes para a China no quarto trimestre, totalizando 64 milhões de toneladas (contra 58 milhões de toneladas no quarto trimestre de 2019).
A companhia também confirmou que “foi marcada audiência para hoje, com o objetivo de uma possível assinatura do Termo de Reparação, com investimentos e ações com foco nas regiões atingidas e sua população”. Um acordo entre a Vale e o governo de Minas Gerais deve envolver R$ 37 bilhões para reparações pelo rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, há cerca de dois anos, afirmou à Reuters uma fonte a par das negociações.
Sabesp (SBSP3)
A Diretoria Colegiada da Sabesp aprovou a suspensão de cortes e renegociação de débitos de clientes comerciais e de serviços dos municípios operados que estejam nas fases laranja e vermelha do Plano São Paulo, sendo que o período de vigência será de ontem (3) até 31 de março de 2021.
Foram aprovados também a renegociação sem aplicação de multa e juros de débitos existentes (incluindo os acordos firmados durante o período da pandemia), além do prazo para parcelamento que será de 12 meses, a partir da repactuação dos saldos em aberto e Não haverá nenhuma ação de negativação por débitos até 31 de março de 2021.
Santander (BCSA34)
O Santander está apostando em uma recuperação econômica impulsionada por vacinas em 2021, após registrar seu primeiro prejuízo anual no ano passado. O segundo maior banco da zona do euro disse esperar que seu retorno sobre o patrimônio tangível (ROTE), uma medida chave de lucratividade, se recupere para 9% a 10% neste ano, de 7,44% no final de 2020.
No quarto trimestre de 2020, no entanto, o lucro líquido do Santander caiu 90%, para Є 277 milhões, uma vez que acumulou centenas de milhões de euros em custos para pagar cortes de empregos e fechamento de agências como parte de seu plano de reestruturação, principalmente na Espanha. Analistas ouvidos pela Reuters esperavam lucro de Є 411 milhões.
Durante todo o ano de 2020, o Santander registrou prejuízo de Є 8,77 bilhões, após Є 12,6 bilhões em despesas não recorrentes no segundo trimestre. Os analistas esperavam prejuízo de Є 8,64 bilhões.
A margem financeiro (NII) no quarto trimestre, uma medida dos ganhos com empréstimos menos custos de depósitos, porém, cresceu 3,2% em relação ao trimestre anterior, a Є 8,02 bilhões, acima das previsões de analistas de Є 7,79 bilhões.
No Brasil, o lucro líquido recorrente do banco no quarto trimestre foi de R$ 3,958 bilhões, um aumento de 6,2% em relação ao ano anterior e acima da estimativa de analistas apurada pela Refinitiv de R$ 3,716 bilhões.
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Equinor (E1QN34)
O Porto do Açu, do grupo Prumo, chegou a acordo preliminar com a petroleira Equinor visando possíveis investimentos em energia solar em suas instalações, no Estado do Rio de Janeiro. Um memorando de entendimento assinado entre a Porto do Açu Operações e a empresa de óleo e gás prevê a avaliação em conjunto sobre o desenvolvimento de uma planta solar na retroárea do porto nos próximos 12 meses.
“Estamos otimistas com a possibilidade de implantação de um projeto de energia renovável no Açu, iniciativa que está em linha com a nossa estratégia de sustentabilidade, que inclui desenvolver parcerias e novos negócios a partir da transição para uma economia de baixo carbono”, disse em nota o CEO da Porto do Açu, José Firmo.
A parceria com a Equinor vem em momento em que a petroleira e outros grupos de óleo e gás buscam oportunidades em renováveis pelo mundo e no Brasil, de olho na esperada transição global para uma economia de baixo carbono.
AES (A1ES34)
A AES Brasil vai triplicar a capacidade de investimentos em novos projetos de geração de energia renovável no maior país da América Latina após uma reestruturação em curso em seus negócios locais, disse a presidente da companhia, Clarissa Sadock, à Reuters.
A elétrica propôs aos acionistas uma reorganização que concentrará seus ativos operacionais na controlada AES Tietê, enquanto novos empreendimentos, conhecidos no setor como “greenfields”, serão tocados por empresas à parte.
Essa estrutura permitirá à companhia tomar mais empréstimos para bancar projetos, uma vez que apenas os ativos da AES Tietê ficariam limitados a um nível de alavancagem financeira máximo acertado pela empresa junto a credores.
A AES Tietê tem um plano de investimentos de cerca de R$ 1,4 bilhão entre 2020 e 2024, mas o valor inclui apenas projetos já anunciados.
A AES Brasil opera em sua estrutura atual com alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e geração de caixa (Ebitda), entre 2,5 vezes e 3 vezes.
Na nova estrutura, a depender da velocidade de implementação de projetos, a empresa poderia buscar atuar com índice mais próximo de 4,5 vezes, disse Clarissa.
Bradesco (BBDC4)
O Bradesco superou com folga previsões do mercado para o lucro do quarto trimestre, uma vez que o controle de despesas operacionais e o aumento do crédito compensaram o efeito de maiores provisões para perdas com calotes devido aos efeitos da pandemia do coronavírus.
O segundo maior banco privado do país anunciou nesta quarta-feira que seu lucro de outubro a dezembro somou R$ 6,8 bilhões, alta de 2,3% ante o mesmo período de 2019, excluindo efeitos extraordinários. O número veio bem acima da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de lucro de R$ 5,546 bilhões para o período.
A rentabilidade sobre o patrimônio, que mede como um banco remunera seu acionista, caiu 1,2%, para 20%, mas ficou muito acima da previsão média de analistas, de 16,1%
A provisão para perdas esperadas com calotes no trimestre, de R$ 4,568 bilhões, foi 14,7% maior ano a ano. Porém, o índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 2,2%, queda sequencial de 0,1% e recuo de 1,1% no ano a ano.
A carteira expandida de crédito do Bradesco fechou dezembro em R$ 687 bilhões, aumento de 10,3%.
O banco teve queda de 9,3% nas despesas operacionais no trimestre, no comparativo ano a ano, a R$ 11,48 bilhões. O recuo nessa linha veio em parte com a redução de 6 mil funcionários no quadro de pessoal do Bradesco nos últimos três meses do ano passado.
Bayer (BAYN)
A Bayer fechou um acordo de US$ 2 bilhões para resolver casos futuros que envolvam alegações de que seu herbicida Roundup, amplamente utilizado, causa câncer, disse a empresa alemã hoje (4).
A companhia vinha trabalhando para concluir o acordo relacionado às alegações de que o Roundup e outros herbicidas à base de glifosato causam linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer. A Bayer herdou o negócio e o litígio como parte da aquisição da Monsanto, em 2018, por US$ 63 bilhões.
O acordo desta quarta-feira prevê a cobertura de futuras reivindicações apresentadas por indivíduos que foram diagnosticados com linfoma e estiveram expostos ao Roundup antes do diagnóstico. O acordo também inclui benefícios para pessoas que, tendo sido expostas ao Roundup, podem desenvolver o câncer no futuro.
A empresa disse que décadas de estudos mostraram que o Roundup e o glifosato são seguros para uso humano. O glifosato permanecerá no mercado. A Bayer concordou em buscar permissão da Agência de Proteção Ambiental dos EUA para acrescentar um link referencial nos rótulos, para que os consumidores possam encontrar estudos científicos sobre o herbicida.
Pelo plano proposto, a Bayer vai desembolsar US$ 2 bilhões por um período de quatro anos para compensações e cobertura de assistências diagnósticas. Reclamantes futuros poderão receber até US$ 200 mil com o acordo.
Viveo
A distribuidora de produtos médicos Viveo pediu o registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para uma oferta inicial de ações (IPO, em inglês), ampliando a lista de empresas de saúde em direção à bolsa para financiar planos de expansão, na esteira da pandemia.
A operação coordenada por JPMorgan, Itaú BBA, BTG Pactual, Bradesco BBI, Bank of America e Safra servirá para a companhia com sede em Ribeirão Preto (SP) captar recursos para investir em crescimento e para aquisições, além de permitir que sócios no negócio vendam participações.
O grupo, que se apresenta como líder na distribuição de materiais médico-hospitalares e medicamentos no Brasil, com uma participação de mercado de 7%, diz no prospecto preliminar da oferta que tem 15 centros de distribuição no país.
No documento, a Viveo afirma também que teve receita líquida de R$ 4,4 bilhões em 2020, alta de 47% sobre o ano anterior, enquanto seu resultado operacional medido pelo Ebitda cresceu 139%, para R$ 279 milhões.
PayPal (PYPL34)
O PayPal reportou nesta quarta-feira lucro trimestral acima das estimativas de Wall Street, conforme as restrições relacionadas ao coronavírus impulsionaram um aumento nos pagamentos digitais. A empresa reportou um aumento de 39% no volume total de pagamentos, para US$ 277,1 bilhões no quarto trimestre encerrado em 31 de dezembro.
O lucro líquido saltou para US$ 1,57 bilhão, ou US$ 1,32 por ação, de US$ 507 milhões, ou US$ 0,43 por ação, um ano antes. Analistas esperavam que o PayPal mostrasse lucro de US$ 1 por ação.
Mosaico (MOSI3)
A Mosaico, precificou o preço de sua a R$ 19,80 ontem (3), movimentando R$ 1,2 bilhão na operação, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A oferta consistiu na distribuição primária de cerca de 29 milhões papéis, somando R$ 578,6 milhões; e distribuição secundária de aproximadamente 32 milhões de ações, no total de R$ 636,4 milhões, incluindo a distribuição dos lotes adicional e suplementar.
A Mosaico afirmou que usará os recursos da oferta primária para a quitação de financiamento com o BTG Pactual, bem como ampliação da participação no mercado de comércio eletrônico.
BTG Pactual, Itaú BBA, Goldman Sachs, XP Investimentos e JPMorgan foram os coordenadores da oferta.
Azul (AZUL4)
A Azul anunciou que a receita da unidade de negócios de logística Azul Cargo Express cresceu 64% durante o quarto trimestre de 2020, comparado com o mesmo período em 2019. A cada mês desse trimestre, a Azul Cargo apresentou novos recordes de receita. Esse crescimento foi impulsionado pela expansão em todos os segmentos do mercado de cargas, mas principalmente pelo e-commerce.
“Desde quando fundamos a Azul, há 12 anos, nossa missão sempre foi expandir o mercado de passageiros. Na área de logística não seria diferente – a nossa exclusividade de malha e frota nos permite oferecer prazos de entrega reduzidos a preços competitivos, um grande diferencial para transformar a logística no Brasil”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul.
BrasilAgro (AGRO3)
A BrasilAgro levantou R$ 440 milhões em uma oferta restrita de ações, após o conselho da companhia ter fixado o preço por papel na operação em R$ 22, informou a empresa em comunicado.
A oferta envolveu emissão de 20 milhões de novas ações. A quantidade inicial ofertada foi acrescida em 13,68% desse total (2,73 milhões de ações), envolvendo papéis de emissão da companhia e de titularidade da acionista Autonomy Luxembourg One, em oferta secundária, nas mesmas condições e preço.
Com a oferta, a BrasilAgro passa a ter capital social total de R$ 1,139 bilhão, dividido em 82 milhões de ações ordinárias, acrescentou a empresa no comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os recursos líquidos obtidos com a transação serão destinados à aquisição de ativos na Bolívia, compra de terras para exploração e desenvolvimento de propriedades agrícolas e negócios para otimizar e alavancar as atividades operacionais, disse a companhia.
BR Distribuidora (BRDT3)
O Conselho de Administração da BR Distribuidora elegeu Wilson Ferreira Junior para o cargo de Presidente da BR Distribuidora, com posse até 19 de março de 2021 e prazo de gestão de 2 (dois) anos.
Wilson Ferreira Junior possui 40 anos de experiência no setor de energia. Entre os diversos cargos de liderança que ocupou, foi presidente da CPFL entre 2002 e 2016 e, desde então, preside a Eletrobras. (Com Reuters)
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