O Ibovespa encerrou a sexta (26) em queda de 1,98% aos 110.035 pontos, pressionado pelo movimento dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos e por receios de ordem fiscal e política no Brasil. Na ano, o tombo no IBOV é de 7,5%. Entre os destaques negativos da sessão está o Banco do Brasil (BBAS3), com recuo de 4,9% após André Brandão, presidente do BB, colocar o cargo à disposição do governo.
O incômodo de Bradão na função cresceu após o presidente Jair Bolsonaro anunciar na semana passada a substituição do presidente da Petrobras, disse uma fonte hoje à agência Reuters sob condição de anonimato.
A notícia alimenta as preocupações do mercado sobre a possibilidade de mais interferências nas empresas estatais, em uma semana marcada por forte volatilidade nos papéis da Petrobras e da Eletrobras entre trocas de comando, edição de medida provisória e divulgação de robustos balanços corporativos.
Na análise de Celson Placido, diretor de investimentos da Warren, o mercado começou e termina a semana sobre pressão do risco de ingerência nas estatais. “Na Petrobras, mesmo com resultado acima das expectivas, a grande preocupação é com a manutenção da política de preços, que no passado recente gerou um grande prejuízo para a empresa”, avalia.
Em Brasília, a resistência a medidas de ajuste fiscal e à desvinculação de receitas da saúde e da educação adiou a leitura do parecer da PEC Emergencial para a próxima terça (3), corroborando um cenário de dificuldades que o texto da PEC deve enfrentar no Congresso. A PEC Emergencial abre caminho para o retorno dos pagamentos do auxílio emergencial, com valores e prazos a serem definidos pelo Executivo.
O dólar fechou o dia com mais um salto, subindo 1,67% e acima de R$ 5,60 pela primeira vez desde novembro, em dia de forte pressão que levou o Banco Central, pelo segundo pregão consecutivo, a fazer intervenção dupla no mercado de câmbio com a disparada dos juros soberanos nos Estados Unidos. Em fevereiro, a cotação avançou 2,25%, elevando os ganhos no ano para 7,90%.
O real tem o pior desempenho entre 33 pares do dólar no acumulado de 2021. Hoje, o Itaú Unibanco elevou a estimativa para o dólar ao fim de 2021 de R$ 4,75 para R$ 5,00. “A incerteza fiscal deve permanecer elevada e o cenário global pode se tornar desafiador adiante para ativos de risco, impedindo uma apreciação mais intensa da moeda, como projetávamos”, disse o banco.
Em Wall Street, os índices encerraram o dia em campo misto, com o Nasdaq Composite registrando variação positiva de 0,56% aos 13.192, após recuos expressivos nos últimos dias. O Dow Jones teve queda de 1,5% aos 30.932 pontos e o S&P 500 recuou 0,48% aos 3.811 pontos.
No acumulado da semana, o S&P 500 caiu 2,45% e o Nasdaq perdeu 4,9%, no pior desempenho desde outubro sob pressão da disparada nos rendimentos dos Treasuries norte-americanos com vencimento em 10 anos, para faixa de 1,5%.
A elevação dos juros dos títulos norte-americanos reflete os receios de pressão inflacionária na economia dos EUA. De acordo com análise da Genial Investimentos, fatores como a forte recuperação da atividade econômica, a evolução positiva da vacinação e a expectativa de aprovaçao do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão colaboram para as preocupações com a inflação dos EUA. (Com Reuters)
DESTAQUES DO IBOVESPA
Maiores Altas
BEEF3: +3,30% a R$ 9,70
ENEV3: +2,27% a R$ 68,00
MGLU3: +0,50% a R$ 24,18
Maiores Baixas
BRFS3: -7,16% a R$ 21,64
VVAR3: -6,02% a R$ 11,87
CSNA3: -5,16% a R$ 32,87
HGTX3: -5,04% a R$ 14,90
SULA11: -5,03% a R$ 33,03
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.