As ações do aplicativo de namoro Bumble dispararam com os resultados do IPO de hoje (11), transformando sua CEO e fundadora, Whitney Wolfe Herd, de 31 anos, na bilionária self-made mais jovem do mundo. Sua participação de quase 12% na empresa valia US$ 1,6 bilhão na tarde desta quinta-feira.
As ações do Bumble abriram a US$ 76, muito mais do que seu preço inicial de IPO, de US$ 43 por ação. A empresa fez sua estreia horas após a abertura dos mercados.
De acordo com o prospecto, Wolfe Herd possui 21,54 milhões de ações, o equivalente a 11,6% da empresa. Além de ser a bilionária self-made mais jovem do mundo, ela também é a CEO mais jovem a abrir o capital de uma empresa nos EUA.
O Bumble é o segundo grande aplicativo de namoro a se tornar público, depois do IPO de 2015 do Match Group. O Match Group, inclusive, tentou comprar a empresa de Wolfe Herd em 2017 por US$ 450 milhões. A US$ 76 por ação no início desta tarde, a capitalização de mercado do Bumble é de US$ 8,6 bilhões. O Match Group, que também possui o aplicativo de namoro Tinder, tem uma capitalização de mercado de US$ 45 bilhões.
O Bumble relatou receita de US$ 417 milhões nos primeiros nove meses de 2020, contra US$ 363 milhões no mesmo período de 2019. O Match Group é muito maior; relatou receita de US$ 1,7 bilhão nos primeiros nove meses de 2020 e US$ 1,5 bilhão no ano anterior. Como resultado da oferta pública, a empresa com sede em Austin levantou US$ 2,2 bilhões. A maior parte dos fundos levantados na oferta será usada para comprar ou resgatar ações de seus proprietários pré-IPO –ou seja, a empresa de private equity Blackstone, que detinha quase 91% antes da oferta, e Wolfe Herd. O prospecto também detalha um empréstimo de US$ 120 milhões que a empresa deu à Wolfe Herd em janeiro de 2020 quando a empresária perdeu US$ 95,5 milhões em ações da empresa –dívida que foi liquidada um ano depois.
Wolfe Herd fundou o Bumble em 2014, logo depois de processar o Tinder, seu empregador anterior, por assédio sexual. Ela alegou que seu ex-chefe e namorado, Justin Mateen, havia enviado ameaças, textos depreciativos e a despojado de seu título de cofundadora do Tinder. O Tinder negou qualquer irregularidade, e o caso foi resolvido de forma rápida e confidencial.
Após deixar o Tinder, Wolfe Herd trabalhou com Andrey Andreev, um bilionário russo que vinha criando aplicativos de namoro online de sucesso para os mercados europeu e latino-americano, na estruturação do Bumble. No aplicativo, apenas as mulheres podem tomar o primeiro passo para o início de uma conversa, um fator de diferenciação do Tinder e outros aplicativos de namoro online.
Andreev saiu da empresa em novembro de 2020, quatro meses depois que a Forbes publicou uma investigação com alegações de uma atmosfera misógina no escritório de Londres, sob a liderança de Andreev –o que contradiz o mantra do Bumble de empoderamento feminino. A empresa negou a maioria das alegações e lançou uma investigação interna liderada pelo escritório de advocacia trabalhista do Reino Unido Doyle Clayton, que concluiu “que a alegação central feita pelo artigo da Forbes está incorreta. No entanto, a investigação identificou um pequeno número de colaboradores atuais e ex-funcionários que sentiram objeto de sexismo na empresa.”
A empresa de private equity Blackstone Group entrou em cena para comprar a participação de Andreev em novembro de 2020, em um negócio que avaliou a empresa em US$ 3 bilhões.
Tem sido uma jornada difícil para Wolfe Herd, mas o Bumble fez barulho em seu primeiro dia de negociação. “Hoje, o @Bumble se torna uma empresa pública”, tuitou Wolfe Herd. “Isso só é possível graças aos mais de 1,7 bilhão de primeiros movimentos feitos por mulheres corajosas em nosso aplicativo –e às mulheres pioneiras que abriram nosso caminho no mundo dos negócios. A todos que tornaram o hoje possível: Obrigado. #BumbleIPO.”
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