O Índice de Gerentes de Compras (PMI, em inglês) de serviços, apurado pelo IHS Markit, caiu a 47% em janeiro, de 51,1% em dezembro, e atingiu abaixo da marca de 50%, que separa crescimento de contração, pela primeira vez desde agosto do ano passado. Dado é consequência da queda no volume de novos negócios e de cortes de emprego em meio ao nível elevado de casos de coronavírus no país.
O crescimento da indústria perdeu força no último mês e, com a contração no setor de serviços, a recuperação do setor privado brasileiro foi interrompida no começo de 2021. O PMI Composto, que inclui apenas informações do setor privado, caiu a 48,9% em janeiro, de 53,5% em dezembro, após cinco meses em território de expansão.
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
“Os resultados do PMI de janeiro indicam que a economia brasileira corre risco de voltar a contrair no primeiro trimestre de 2021, uma vez que o aumento nos casos de coronavírus impactou fortemente o setor privado durante janeiro”, avaliou a diretora associada de Economia da IHS Markit, Pollyanna De Lima.
Os entrevistados pela Reuters associaram a queda no índice ao maior número de casos de coronavírus, à perda de clientes existentes, ao fechamento de empresas e à fraca demanda por serviços. Os novos pedidos para exportação também caíram, depois de aumentarem no ritmo mais rápido em dois anos durante dezembro. Ainda assim, o IHS Markit considerou o resultado indicativo de um ritmo moderado de redução em relação àqueles vistos no início da pandemia.
Com excedente de capacidade, fraqueza da demanda e esforços de redução de custos, os prestadores de serviços reduziram suas folhas de pagamento em janeiro. Foi a segunda queda consecutiva no índice de emprego. “A taxa de corte de empregos vista em janeiro foi modesta, mas a situação pode piorar se a queda das novas encomendas não for temporária”, completou De Lima.
Além disso, foi registrado um aumento acentuado nos custos de insumos no começo do ano, com destaque para equipamentos de proteção individual e materiais de higiene. Embora o ritmo de aumento de preços tenha diminuído em relação a dezembro, ainda ficou entre os mais fortes na história da pesquisa, e os custos adicionais foram repassados aos clientes. A taxa de inflação de bens finais foi a mais forte em 15 meses.
“Muitas empresas estão cada vez mais preocupadas com os problemas financeiros dos clientes e com um pico no número de casos, o que pode dar margem a restrições mais rígidas”, explicou o IHS Markit em nota. (com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.