O presidente-executivo do Banco do Brasil, André Brandão, manifestou a interlocutores desconforto em permanecer no cargo após desentendimento com o presidente Jair Bolsonaro, disse uma fonte com conhecimento do assunto.
O incômodo cresceu após Bolsonaro ter anunciado na semana passada a substituição do comando da Petrobras, disse a fonte hoje (26), sob condição de anonimato.
No entanto, Brandão não pretende apresentar uma carta de renúncia, posição que o banco pode publicar ainda nesta sexta, após o fechamento do mercado, acrescentou a pessoa.
No mês passado, Bolsonaro ameaçou demitir Brandão, após o BB anunciar um plano para economizar R$ 2,7 bilhões até 2025, incluindo o fechamento de 361 agências e cerca de 5 mil demissões voluntárias.
Nas últimas semanas, o banco emitiu comunicados negando que tivesse havido manifestação do governo federal de mudança na alta administração do BB, enquanto Brandão atribuiu a rusga pública a um problema de comunicação com Bolsonaro.
No entanto, a situação voltou a se complicar após Bolsonaro ter anunciado na sexta passada a decisão de indicar o general Joaquim Silva e Luna para o lugar presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, após a companhia ter anunciado novo reajuste nos preços dos combustíveis.
Na posse de Luna, na véspera, Bolsonaro afirmou que todas as estatais precisam cumprir uma função social e é inadmissível um presidente de uma dessas companhias que não tenha essa compreensão.
A especulação sobre a saída iminente de Brandão e uma consequente ingerência do governo sobre o banco fazia a ação do BB tombar cerca de 5% na B3 às 17h40.
Consultado, o BB afirmou que não comentaria o assunto. (Com Reuters)
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