A fundação da Ariel Investments no ano de 1983 em Chicago por John W. Rogers Jr. foi um grande avanço em Wall Street: era a primeira empresa de fundos mútuos de propriedade de negros no país. Ao longo de 38 anos, a Ariel navegou nos mercados em alta e baixa, chegando a administrar US$ 15 bilhões em ativos com Rogers implementando a abordagem de investimentos de valor inspirada em Benjamin Graham e Warren Buffett.
A Ariel abriu caminho e inspirou outros investidores negros a trilharem o caminho dos investimentos, como Eddie Brown, da Brown Capital Management, que lançou suas próprias empresas de sucesso. Agora, a Ariel Investments está fazendo um novo esforço para aumentar a inclusão no mundo dos negócios e das finanças.
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Na última semana, a empresa lançou um negócio de fundos privados chamado Ariel Alternatives, com o apoio de US$ 200 milhões do JPMorgan para investir e escalar negócios sustentáveis de propriedade de minorias. O empreendimento é chamado de Projeto Black e será liderado pela coCEO da Ariel, Mellody Hobson e por Leslie A. Brun, fundador e ex-diretor da Hamilton Lane, uma poderosa empresa de investimentos alternativos com US$ 500 bilhões em ativos.
De acordo com o comunicado de anúncio do fundo, o objetivo é agregar valor conectando negócios com grandes empresas, tornando-os parte da cadeia de suprimentos de grandes corporações do S&P 500 e, por fim, “forjar uma nova classe de empresários negros e latinos”, “diminuir a desigualdade racial de riquezas através da geração de empregos, do crescimento econômico e promover igualdade dentro das populações sub-representadas (ambiente de negócios), desde o nível de entrada até a sala de reuniões.”
“Por meio do Projeto Black, planejamos expandir as oportunidades em comunidades sub-representadas. Queremos mudar a narrativa e promover uma ação verdadeira e uma mudança demonstrável ”, diz Mellody Hobson de Ariel, no lançamento. “Embora tenhamos sido encorajados e inspirados pelos compromissos de diversidade da cadeia de suprimentos recentemente assumidos por grandes corporações, acreditamos que é hora de acelerar essas promessas com medidas reais e mensuráveis”, acrescenta Brun.
Inicialmente, o projeto vai investir em empresas com receita de US$ 100 milhões a US$ 1 bilhão e buscar de seis a dez oportunidades de negócios, concentrando-se predominantemente em setores como saúde, indústria, mídia e marketing, terceirização, manufatura e embalagem, tecnologia, logística e serviços financeiros. A estratégia conta com consultoria contínua, uma rede profunda de conselheiros e recursos para ajudar a expandir os negócios e abrir portas.
O lançamento do fundo acontece após um ano em que a diferença racial de riqueza se tornou uma questão cada vez mais proeminente nos negócios e nas finanças, o que estimulou uma onda de medidas concretas para esses temas.
Após o assassinato de George Floyd em 2020, líderes empresariais ampliaram compromissos e apoios a empresas e startups de propriedade de negros. Grandes empresas como Apple, JPMorgan e Bank of America comprometeram bilhões de dólares para fechar a lacuna racial da riqueza.
Para o fundador da Ariel, John Rogers Jr., a discussão nacional deu uma volta completa. Rogers tornou-se um dos líderes empresariais mais representativos no que tange à disparidade de riqueza entre raças.
Neto da primeira mulher negra a se formar em direito e filho da primeira a defender um caso perante a Suprema Corte, Rogers é formado pela Princeton University e passou alguns anos na empresa de investimentos William Blair, de Chicago.
Rogers quebrou suas próprias barreiras, fundando a Ariel e, agora, o primeiro fundo mútuo de negros pretende passar o bastão para uma nova geração de empresas e empreendedores.
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