Segundo profissionais do Santander Brasil, a taxa de desemprego no Brasil alcançará um pico de 16,9% neste primeiro semestre, sobretudo por causa da normalização nos números da força de trabalho, após um primeiro trimestre afetado por fim de transferência de renda e piora da pandemia. No entanto, uma recuperação do emprego será vista na segunda metade do ano, na esteira da reabertura da economia e da aceleração da vacinação.
O banco prevê que o governo anunciará um novo auxílio emergencial por quatro meses, ao custo de R$ 25 bilhões. Ainda assim, a massa salarial no Brasil sofreria uma queda real de 6,6%, depois de alta estimada em 3,1% em 2020, apoiada nos programas de transferência de renda.
LEIA MAIS: Tudo sobre finanças e o mercado de ações
O ano de 2021, como um todo, ainda será “desafiador”, o país deve emergir da crise do coronavírus com a informalidade superando o mercado formal de emprego. “Em outras palavras, esperamos que a estrutura geral do mercado de trabalho seja mais precária”, disseram Lucas Maynard, Ítalo Franca e Gabriel Couto em relatório enviado à Reuters.
Eles notam que o agravamento da pandemia no Brasil, a incerteza sobre o início do processo de vacinação mais ampla no país, o fim do auxílio emergencial, atraso nas reformas econômicas e possibilidade de mudança no regime fiscal são riscos negativos no cenário do Santander para o mercado de trabalho.
“Nesse sentido, a relação entre emprego e as taxas de aprovação pelo governo deve ser cuidadosamente acompanhada, em nossa opinião, a alta esperada no desemprego no primeiro semestre pode ser um fator adicional para gerar pressão no debate sobre políticas fiscais e sociais”, informou o relatório.
Porém, ao longo do segundo semestre, os analistas acreditam que a taxa de desemprego deva começar a cair à medida que a abertura da economia ganhar tração e a imunização contra o coronavírus acelerar. O banco prevê que a desocupação fechará 2021 em 13,5%, com criação líquida de 120 mil a 150 mil vagas formais, e terminará 2022 em 13,1%. No trimestre encerrado em novembro de 2020, a taxa estava em 14,1%, segundo o IBGE.
“A gente acredita que uma agenda econômica que melhore o PIB potencial ajude na retomada do emprego. A reforma tributária, os marcos regulatórios também podem contribuir”, disse Ítalo Franca, economista no Santander com foco em política fiscal, em entrevista à Reuters.
O relatório enxerga que, com a economia tomando fôlego no segundo semestre, haja abertura de cerca de 1,5 milhão de postos de trabalho (entre vagas formais e informais) nos segmentos mais golpeados pela pandemia, como os setores de serviços prestados às famílias e serviços domésticos, enquanto a vacinação acelera e deve chegar a quase 60% da população até o fim de 2021.
Mesmo com essa retomada do emprego no segundo semestre, o economista Gabriel Couto ainda vê o hiato do mercado de trabalho bastante aberto. “A gente acredita que esse hiato não deva se fechar tão cedo”, disse, citando uma previsão de taxa neutra de desocupação entre 12,5% e 13%. O economista afirmou que, considerando a mesma força de trabalho de antes da pandemia, a taxa de desemprego no Brasil teria alcançado um pico próximo de 20% no terceiro trimestre de 2020. (com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.