O Banco Central Europeu (BCE) afirmou hoje (11) que está pronto para acelerar a impressão de dinheiro a fim de conter eventual alta nos custos de empréstimos, sinalizando a um cético mercado que está determinado a construir as bases para uma sólida recuperação econômica.
Preocupado que a alta nos rendimentos dos títulos possa afetar a recuperação no bloco de 19 países que usam o euro, o BCE disse que usará seu Programa de Compras Emergenciais da Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) de € 1,85 trilhão de forma mais generosa nos próximos meses, visando interromper qualquer alta não justificada nos custos de financiamento.
“O Conselho espera que as compras sob o PEPP ao longo do próximo trimestre sejam realizadas a um ritmo significativamente maior do que durante os primeiros meses deste ano”, disse o BCE.
A amplamente esperada decisão acontece depois de alta constante nos rendimentos desde o início do ano, que refletiu principalmente movimento similar nos Treasuries, em vez de se basear em perspectivas econômicas melhores na zona do euro.
O crescimento da zona do euro está atualmente mais fraco do que o projetado, uma vez que uma nova onda da pandemia de coronavírus e uma distribuição lenta de vacinas exigem lockdowns mais longos, desafiando expectativas de rápida recuperação na primavera do Hemisfério Norte.
“Embora a situação econômica geral deva melhorar ao longo de 2021, permanecem as incertezas em torno da perspectiva econômica no curto prazo, relacionadas em particular à dinâmica da pandemia e à velocidade das campanhas de vacinação”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em coletiva de imprensa.
Novas projeções do banco, entretanto, apontam crescimento ligeiramente maior da economia, de 4% para 2021. A previsão de inflação também foi elevada a 1,5%, de 1% no cálculo de dezembro, embora Lagarde tenha dito que isso reflete fatores temporários e inflação dos preços da energia.
Investidores começaram a duvidar do compromisso do BCE depois que os volumes de compra de títulos caíram nas duas últimas semanas, contra expectativas de que o banco usaria sua tão enfatizada “flexibilidade” para acelerar as aquisições de bônus.
Com “doves” (inclinados a política monetária mais frouxa) e “hawks” (o oposto de “doves”) em seu conselho divergindo sobre o nível de urgência, o BCE disse que continuará a comprar de forma flexível, mas reafirmou que sua cota do PEPP não será necessariamente usada totalmente se as condições do mercado permitirem.
Lagarde disse que a decisão teve consenso “total” no conselho.
Com a decisão desta quinta, o BCE manteve sua cota do PEPP em € 1,85 trilhão e também deixou sua taxa de depósito na mínima recorde de -0,5%. (Com Reuters)
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