Em 2019, quando a norte-americana Culligan firmou presença no mercado brasileiro com a aquisição da marca IBBL, a estratégia de crescimento e consolidação dos negócios na América Latina não contava com os desafios que a pandemia de Covid-19 iria endereçar a diferentes setores da indústria nacional. Dois anos depois, apesar das férias coletivas na fábrica da empresa em Itu, no interior de São Paulo, e das adaptações na planta para continuidade da produção, a companhia global de tratamento de água conseguiu crescer no mercado doméstico. Em 2020, as vendas de aparelhos no Brasil somaram 300 mil unidades, representando 22% do mercado de purificadores de água do país, contra 12% de participação em 2019.
A evolução foi impulsionada pelas vendas do e-commerce, que cresceram 50% no último ano, uma das principais estratégias da empresa para conquistar o posto de primeiro lugar entre os players nacionais, estimado em R$ 2 bilhões, segundo levantamento encomendado pela empresa em 2019. Para operar no mercado doméstico, a companhia irá investir R$ 120 milhões de recursos em caixa até 2024, capital que a operação brasileira pretende triplicar no mesmo prazo.
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A estratégia de expansão dos negócios na América Latina passava por consolidar presença geográfica no continente, mas incluía ainda a superação de costumes locais, como o tradicional filtro de barro presente em milhares de lares brasileiros. “O Brasil, como outros países da América Latina, ainda está fazendo a transição do garrafão para o purificador de água. Mas esse mercado cresce dois dígitos por ano, uma evolução próxima a do mercado chinês”, afirma Sidney Del Gaudio, presidente da Culligan Latam.
O mercado brasileiro de purificadores foi inundado nos últimos anos com produtos que oferecem mais do que o tratamento da água, mas tecnologias e pequenas comodidades que ainda são novas para muitos consumidores, como aparelhos para produção de água gaseificada e controle de temperatura e qualidade via inteligência artificial.
“Estamos trazendo novas tecnologias e vamos trabalhar para reeducar o brasileiro, fazendo testes e análises de água em diferentes partes do Brasil, educando nossos consumidores sobre a importância de remover contaminantes (pesticidas, hormônios e etc.) da água”, explica Antônio Trentini, diretor de Novos Negócios, Culligan Latam.
Os planos da companhia no Brasil incluem ainda aquisições de outros players no mercado. Entre pequenos e grandes concorrentes, todos têm sido abordados pela a empresa nos últimos meses, afirma Del Gaudio, que projeta crescimento de 100% no volume de exportações da unidade brasileira em 2021 para países da América Latina, Europa e até mesmo para os Estados Unidos, entre produtos de marcas nacionais e de outras marcas do grupo ao redor do mundo.
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