A elétrica Cemig registrou lucro líquido de R$ 1,33 bilhão entre outubro e dezembro de 2020, com salto de 136% na comparação ano a ano, ajudada por efeitos de uma revisão tarifária de ativos de transmissão e reversão de perdas associadas à desvalorização de ações da Light, segundo balanço divulgado na madrugada de hoje (27).
No ano completo de 2020, a companhia controlada pelo governo de Minas Gerais, que tem negócios em geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia, além de gás, fechou com ganhos de R$ 2,86 bilhões, recuo de 10,3% ante 2019.
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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) alcançou R$ 1,65 bilhão no trimestre, alta de 79% ante o mesmo período de 2019. Ajustado, sem considerar efeitos não-recorrentes, o Ebitda avançou 23,6%, para R$ 1,18 bilhão.
Já o lucro operacional medido pelo Ebitda no ano completo foi de cerca de R$ 5,7 bilhões, aumento de 29,7%, ou alta de 7% para cerca de R$ 4,87 bilhões em base ajustada.
A Cemig somou uma receita líquida de R$ 6,86 bilhões no quarto trimestre, ou 5,8% superior ao mesmo período do ano anterior.
A companhia também destacou que encerrou 2020 com uma “sólida posição de caixa” de R$ 5,8 bilhões, contra R$ 1,28 bilhão no final de 2019.
A dívida líquida, com isso, fechou o ano 31,7% abaixo do patamar visto em 2019, em R$ 9,2 bilhões.
A Cemig disse que os resultados tiveram um impacto positivo de R$ 191 milhões no trimestre devido a uma revisão tarifária (RTP) de seus ativos de transmissão e uniformização de práticas contábeis.
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A empresa também foi beneficiada pela remensuração do valor de suas ações na elétrica fluminense Light, que gerou efeito positivo de R$ 270 milhões, ou R$ 178 milhões líquido de imposto.
Isso decorreu da valorização nas ações da Light, que desabaram inicialmente em meio à pandemia de coronavírus e depois engataram recuperação. A Cemig vinha classificando a fatia que possuía na empresa como ativo mantido para venda até janeiro de 2021, quando efetivou a negociação de suas ações.
Participações da Cemig em outras empresas, incluindo na transmissora de energia Taesa e na hidrelétrica de Santo Antônio, geraram resultado de R$ 94 milhões no último trimestre de 2020, contra perdas de R$ 35 milhões em 2019.
Os melhores resultados dentre essas participações foram apresentados por Taesa (R$ 190 milhões) e pela Aliança Geração, joint venture da Cemig com a Vale (R$ 21 milhões).
A Cemig também apontou influência positiva sobre seu resultado financeiro devido a títulos emitidos no mercado internacional no passado, os eurobonds, e seu instrumento de hedge correspondente.
O efeito líquido no resultado financeiro foi positivo em R$ 615 milhões no quarto trimestre de 2020, contra R$ 99 milhões positivos em 2019.
INVESTIMENTOS, MERCADO
A Cemig, que planejava investimentos de R$ 2 bilhões em 2020, fechou o ano com realizado de R$ 1,9 bilhão, sendo quase R$ 1,38 bilhão para seus negócios de distribuição.
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Em 2021, a companhia projeta aportes totais de R$ 3,68 bilhões. Desses recursos, R$ 2,3 bilhões iriam para distribuição.
A companhia prevê ainda R$ 276 milhões para transmissão e R$ 598 milhões para aporte na Madeira Energia, sociedade que controla a hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia.
A Cemig ainda espera destinar R$ 268 milhões para suas unidades Cemig Sim e Cemig GD, que atuam com geração distribuída de energia.
Em termos de mercado elétrico, a Cemig disse que a energia faturada e transportada para clientes livres e distribuidoras com acesso às redes de sua unidade Cemig Distribuição totalizou 11,6 milhões de MWh no último trimestre de 2020, crescimento de 2,3% frente ao mesmo período de 2019.
Houve redução de 5,5% no consumo do mercado cativo e aumento de 12,8% no uso da rede pelos clientes que operam no mercado livre, onde empresas com grande consumo de energia podem negociar contratos diretamente com fornecedores. (Com Reuters)
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