Brinca-se muito que carreiras de humanas não dão dinheiro. E, de fato, ao se analisar o ranking de bilionários brasileiros da Forbes, a maioria é economista e não historiador. Dos 54 nomes, 13 cursaram economia, oito administração de empresas e seis estudaram engenharias diversas. Na contramão, no entanto, uma surpresa para muitos: cinco bilionários brasileiros são formados em cursos de humanidades.
Fugindo do estereótipo, a classe de bilionários que não cursaram exatas ou biológicas conta com a presença da segunda mulher mais rica do Brasil, Luiza Helena Trajano, que tem um patrimônio líquido de US$ 5 bilhões e é graduada em direito pela FDF (Faculdade de Direito de Franca). Presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, a bilionária usou seu conhecimento da graduação para transformar uma rede de lojas locais do interior de São Paulo em uma grande varejista.
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Ana Lucia de Mattos Barretto Villela, membro do conselho de administração do Itaú, é mais uma bilionária que quebra padrões quando o assunto é formação acadêmica. Graduada em pedagogia e mestre em psicologia da educação pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), tem um patrimônio líquido de US$ 1,4 bilhão e é uma das maiores acionistas como pessoa física da Itaúsa, holding do banco, com cerca de 12% das ações ordinárias e 3% das preferenciais.
Embora tenha seu papel na administração de um grande banco, Ana não guardou seu currículo de pedagoga na gaveta. Em 1994, descobriu ser proprietária, junto de seu irmão – Alfredo Egydio Arruda Villela Filho, também bilionário da Forbes com patrimônio estimado em US$ 1,6 bilhão -, de um enorme terreno no Jardim Pantanal, zona leste de São Paulo. A área já estava ocupada por diversas famílias, o que fez com que os irmãos decidissem criar o Instituto Alana, ONG de impacto social que investe na educação dos jovens da região. Pelo trabalho incessante, a bilionária recebeu, em 2007, o prêmio PNB (Pensamento Nacional das Bases Empresariais), na categoria A Educadora que Queremos.
No mundo empresarial, competências sociais como a de Ana são cada vez mais valorizadas por algumas empresas, o que pode ser um sinal positivo para o futuro dos cursos de humanas. Segundo uma pesquisa do LinkedIn sobre as habilidades de trabalho mais procuradas pelos empregadores em 2019, as três características mais citadas na época foram criatividade, poder de persuasão e capacidade de colaboração, pontos marcantes para uma boa gestão de pessoas.
No ranking da Forbes, os cinco bilionários brasileiros graduados em cursos de humanas somam patrimônio conjunto de US$ 12,1 bilhões. Confira, na galeria abaixo, quais nomes se destacaram entre economistas e engenheiros:
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Reproducao/Forbes Walther Moreira Salles Junior, comunicação audiovisual
Embora também tenha estudado economia pela PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), Walther Moreira Salles Junior, detentor – junto de seus irmãos – do controle acionário da holding Itaú Unibanco, graduou-se em comunicação audiovisual pela Universidade do Sul da Califórnia. Mais do que banqueiro, é cineasta e teve seu primeiro filme lançado e premiado em 1995, quando foi selecionado para mais de 40 festivais ao redor do mundo pelo título “Terra Estrangeira”. Em 1998, lançou “Central do Brasil”, obra que recebeu ampla aclamação internacional e duas indicações ao Oscar.
Fortuna: US$ 2,3 bilhões
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GettyImages/NurPhoto Luiza Helena Trajano, direito
Luiza Helena Trajano é presidente do conselho de administração do Magazine Luiza e se formou em direito pela FDF (Faculdade de Direito de Franca), em 1972.
Fortuna: US$ 5 bilhões
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Getty José Roberto Marinho, história e geografia
José Roberto Marinho, à frente da Fundação Roberto Marinho, do Grupo Globo, apresenta duas graduações de humanas em seu currículo. Formado em história pela PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e em geografia pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), também foi repórter nas editorias de política e cidades do jornal O Globo.
Fortuna: US$ 1,8 bilhão
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Getty 1905. Ana Lucia de Mattos Barretto Villela
Patrimônio líquido: US$ 1,5 bilhão | Idade: 49 | Fonte de riqueza: Itaú Unibanco e Duratex | Cidadania: Brasil
Ana Lucia pertence a uma das famílias bancárias mais antigas do Brasil e é a bilionária mais jovem do Brasil. Seu bisavô fundou o banco Itaú, que se fundiu com o Unibanco em 2008 para formar o Itaú Unibanco, o maior banco privado da América Latina. Ela é uma das maiores acionistas individuais do Itaúsa, holding do banco, com cerca de 12% das ações ordinárias e 3% das ações preferenciais, e membro do conselho de administração do grupo desde 2018. Seu avô fundou a Duratex, fabricante brasileira de painéis de madeira e louças sanitárias de capital aberto; ela é acionista. Ela se tornou acionista do banco quando tinha 8 anos, quando seus pais morreram em um acidente de avião em 1982. Formou-se em pedagogia e hoje é presidente do Instituto Alana, Ong de impacto socioambiental com foco em crianças fundada por ela e seu irmão Alfredo.
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Getty Alexandre Grendene Bartelle, direito
Bacharel em direito pela UCS (Universidade de Caxias do Sul), Alexandre Grendene Bartelle é cofundador – junto de seu irmão Pedro Grendene Bartelle – da Grendene, fabricante mundial de sandálias.
Fortuna: US$ 1,6 bilhão
Walther Moreira Salles Junior, comunicação audiovisual
Embora também tenha estudado economia pela PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), Walther Moreira Salles Junior, detentor – junto de seus irmãos – do controle acionário da holding Itaú Unibanco, graduou-se em comunicação audiovisual pela Universidade do Sul da Califórnia. Mais do que banqueiro, é cineasta e teve seu primeiro filme lançado e premiado em 1995, quando foi selecionado para mais de 40 festivais ao redor do mundo pelo título “Terra Estrangeira”. Em 1998, lançou “Central do Brasil”, obra que recebeu ampla aclamação internacional e duas indicações ao Oscar.
Fortuna: US$ 2,3 bilhões
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