O Santander Brasil elevou a 5,50% a projeção para a Selic ao término de 2021, ante 4,00% do cálculo anterior, incorporando aumento adicional de 0,75 ponto percentual dos juros em maio e elevações de 0,50 ponto em cada uma das quatro reuniões de política monetária seguintes.
Na noite de ontem (17), o Banco Central surpreendeu parte dos analistas ao elevar a Selic em 0,75 ponto porcentual, para 2,75% ao ano, na primeira alta de juros em cerca de seis anos. Ainda assim, o Copom falou em “processo de normalização parcial” da política monetária, sugerindo que a taxa não subirá a ponto de zerar o estímulo monetário neste ano.
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De acordo com Mauricio Oreng, economista do Santander que assina o relatório, uma interpretação possível da decisão do Copom de começar o aperto monetário em ritmo mais forte seria um desejo de fazer o canal da taxa de câmbio efetivo no sentido de atenuar o impacto do choque das commodities sobre os preços da economia.
“O BCB se mostrou disposto a fazer o mais recente movimento na política monetária para evitar o rompimento do teto da banda de tolerância da meta de inflação de 2021. E talvez o câmbio seja o único elemento que possa ajudar nesta conjuntura (dadas as defasagens usuais da política)”, disse Oreng.
Ele ponderou, contudo, que o canal do câmbio é “traiçoeiro” e “nem sempre confiável”, uma vez que é afetado por muitas outras variáveis – particularmente os riscos fiscais, segundo Oreng.
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Além disso, continuou, em cenários de normalidade a resposta do câmbio a acréscimos nos juros é mais forte com a taxa abaixo do EBL (effective lower bound, patamar de juros abaixo do qual a política monetária perde eficácia) e tende a se tornar mais fraco acima dele.
“Então, na ausência de uma ruptura fiscal, o ritmo de alta do juro de 0,75 ponto percentual não deve permanecer por muito tempo, e vemos elevações de 0,50 ponto a partir de junho”, disse Oreng, que vê um processo de normalização monetária em dois estágios, com uma pausa depois da reunião de outubro de 2021. (Com Reuters)
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