A taxa de câmbio continuará vulnerável a choques no curto prazo, em meio a um ambiente de preocupação fiscal e de ruídos políticos, disse Gustavo Arruda, chefe de pesquisa para América Latina do BNP Paribas.
“O câmbio fica muito ruim, muito suscetível a choques e a ruídos no curto prazo. Mas, à medida que vai entrando a recuperação, outro estágio da economia, a moeda (o real) tende a performar melhor, a voltar um pouco mais para próximo de onde a gente acredita em termos de fundamento”, afirmou.
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O BNP projeta dólar de R$ 5 ao fim do ano, enquanto a moeda norte-americana é cotada em cerca de R$ 5,72 hoje (13).
O alívio do câmbio, segundo Arruda, seria reflexo de uma melhora da economia ao longo do segundo semestre, período em que a vacinação deverá estar mais acelerada no país, permitindo a reabertura dos negócios.
A projeção do economista é que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,5% em 2021, sobretudo pela recuperação esperada para a segunda metade do ano, já que, nos dois primeiros trimestres do ano o cálculo é de contração econômica: de 0,5% entre janeiro e março e de “mais de 1%” de abril a junho.
Justamente pelo ritmo ainda lento da retomada neste ano, Arruda não vê o Banco Central muito mais agressivo nas futuras altas de juros.
“Não faria sentido o Banco Central agir e subir todo o juro necessário para convergir a inflação necessariamente no ano que vem e forçar uma desaceleração da economia, que já está muito frágil”, afirmou.
“É uma questão de balanço aqui: se a inflação está convergindo para a direção correta, faz sentido o Banco Central ser um pouco mais parcimonioso.”
O BNP projeta que a Selic terminará este ano em 5% – a taxa está atualmente em 2,75%. Em 2022, depois de uma pausa, o BC reinicia o ciclo de normalização monetária e eleva o juro para 6,5%, de acordo com o banco francês.
Nesse cenário, a inflação ficaria acima da meta tanto em 2021 quanto em 2022. O IPCA previsto é de 5% neste ano (meta de 3,75%) e 4% em 2022 (meta de 3,50%). (Com Reuters)
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