A empresa de energia renovável Omega Geração registrou prejuízo líquido de R$ 93,8 milhões de janeiro a março, acima das perdas de R$ 51,7 milhões no mesmo período de 2020, quando os resultados foram beneficiados por ganhos não recorrentes na aquisição do parque eólico Assuruá 3.
A piora no desempenho veio apesar de uma produção recorde para o primeiro trimestre nas usinas da companhia, com salto de 144% em comparação anual, disse a Omega ao divulgar os números hoje (29), destacando que as características de seus empreendimentos fazem com que eles apresentem “níveis de produção mais elevados a partir do mês de julho”.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da elétrica somou R$ 193,5 milhões no trimestre, avanço de 57% ano a ano, enquanto o Ebitda ajustado saltou 137%, para R$ 236,8 milhões.
A companhia destacou que o pior desempenho em comparação anual deve-se ao registro em 2020 de um ganho extraordinário de R$ 59,8 milhões na compra de Assuruá 3.
Omega também registrou perda financeira de R$ 176,7 milhões, versus R$ 104,5 milhões no primeiro trimestre de 2020, devido aos juros de novas debêntures emitidas em março e pelo custo financeiro do endividamento associado ao complexo eólico Chuí, adquirido por ela no ano passado.
Já a receita líquida da geradora aumentou 92% frente ao primeiro trimestre de 2020, para R$ 370,2 milhões.
Ao final de março, a Omega ainda registrava R$ 1,96 bilhão em caixa, contra R$ 1,34 bilhão no ano passado.
A dívida líquida da companhia fechou o trimestre em R$ 4,5 bilhões de reais, alta de 29% na comparação anual.
Os investimentos atingiram R$ 818 milhões de reais no trimestre, alta de 78% ante 2020.
EXPANSÃO
A Omega registrou em seu balanço que a compra do complexo eólico Assuruá 4 junto a sua coligada Omega Desenvolvimento, anunciada mais cedo neste mês, deve ser concluída no primeiro trimestre de 2023, o que levará a capacidade total dos ativos da companhia a 2 gigawatts, ou 11,5% a mais que no final de 2020.
Assuruá 4, na Bahia, terá cerca de 215 megawatts em capacidade instalada e prevê a venda da produção no mercado livre de energia. A empresa disse que “pode escolher, ao seu exclusivo critério, concluir a aquisição em caixa ou em ações”.
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A Omega Desenvolvimento, que tem vendido projetos para a Omega Geração quando estes iniciam operação comercial, ainda está desenvolvendo a usina Assuruá 5, disse a elétrica, apontando que espera o “lançamento” do projeto “nos próximos meses”.
A empresa também disse que a definição sobre a compra de um portfólio eólico em construção junto a um desenvolvedor terceiro “está atrasada e não deve se estender para além do segundo trimestre”. Antes, a expectativa era concluir as negociações no primeiro trimestre.
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