O aumento agudo dos casos de Covid-19 no país pode levar os bancos a terem perdas com crédito superiores às estimadas, mas o sistema financeiro nacional está preparado para enfrentar as incertezas relacionadas aos desdobramentos da pandemia, avaliou o Banco Central hoje (27).
Em seu Relatório de Estabilidade Financeira, o BC reiterou que os primeiros sinais sobre a atividade econômica no início de 2021 foram positivos, mas, como não contemplam os impactos do recrudescimento da pandemia, o cenário “é de prudência”.
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A autoridade monetária destacou que o risco de crédito às pessoas jurídicas aumentou para os bancos, ainda que em ritmo menor do que a alta da carteira, que foi impulsionada pelos programas emergenciais do governo, que oferecem garantias. O percentual de ativos problemáticos relacionados às grandes empresas também cresceu.
“Embora não seja o esperado, as perdas com crédito podem superar as estimativas. Eventual prolongamento da pandemia pode afetar a qualidade do crédito”, disse o BC.
Sobre o crédito às pessoas físicas, o BC disse que ele voltou a crescer em ritmo anterior à pandemia, mas que o cenário requer cautela.
“O fim da vigência das medidas emergenciais e a incerteza quanto ao prolongamento e aos desdobramentos da pandemia sobre a renda e o emprego podem agravar o risco”, disse o BC, ponderando que esse risco é mitigado por provisões adequadas e pela boa qualidade de crédito das operações repactuadas.
O BC avaliou, ainda, que a crise sanitária contribuiu para uma redução da rentabilidade dos bancos, mas que essa queda não representa um risco para a estabilidade financeira, e a expectativa é de melhora em 2021.
Testes de estresse
Segundo a autarquia, seus testes de estresse para avaliar o impacto da Covid-19 para os bancos mostraram uma redução nas necessidades de provisão e de capital para fazer frente aos riscos, no melhor resultado desde o primeiro teste do tipo, divulgado em abril do ano passado.
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O capital dos bancos aumentou no segundo semestre do ano passado e melhorou de qualidade e o provisionamento para fazer frente a ativos problemáticos é o mais elevado da série histórica.
“O resultado do teste específico para a Covid-19 indica que as perdas relacionadas a empresas e trabalhadores vulneráveis exigiriam aporte de R$ 1,5 bilhão para que todas as instituições cumprissem os limites regulamentares”, disse a autarquia. O valor equivale a 0,1% do total do patrimônio de referência do sistema financeiro nacional.
A autoridade monetária destacou, ainda, que a saúde financeira do sistema sofreu o impacto da materialização de perdas com a redução da atividade econômica, mas que, diante dos bons níveis de capitalização, liquidez e provisões, não teve “interrupções significativas”. (Com Reuters)
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