Bill e Melinda Gates, o influente casal bilionário responsável pela maior fundação privada do mundo, estão se divorciando após 27 anos de casamento. O comunicado foi feito ontem (3), em posts no Twitter.
Ambos permanecerão como copresidentes da Fundação Bill e Melinda Gates, trabalhando junto para moldar as estratégias da entidade e definir a direção da organização, informou um porta-voz.
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O surpreendente anúncio deixou no ar várias dúvidas sobre a fortuna de Gates, avaliada hoje em US$ 130,5 bilhões. Não está claro como o casal vai dividir seus bens ou se eles assinaram um acordo pré-nupcial, mas devido ao tamanho do patrimônio, a separação provavelmente será um dos maiores acordos de divórcio da história. Bill Gates, que em 1975 fundou a Microsoft é, atualmente, a quarta pessoa mais rica do mundo, de acordo com a Forbes. Em 1995, um ano depois de casar com Melinda, Gates foi alçado ao posto de pessoa mais rica do planeta, com US$ 12,9 bilhões.
Para complicar o cenário, Washington, onde reside a família Gates, é um estado de propriedade da comunidade. Isso significa que todos os ativos adquiridos por qualquer uma das partes durante o casamento são considerados comuns e normalmente divididos igualmente durante processos de divórcio caso não haja um acordo pré-nupcial. Porém, permite-se que as partes dividam seus bens de uma forma “justa e equitativa”, o que pode resultar em acordos que não são necessariamente 50/50, explicou Janet George, advogada especialista no tema do escritório McKinley, à Forbes.
No caso do divórcio entre Jeff Bezos e sua ex-esposa MacKenzie, por exemplo, ela ficou com um quarto da participação do ex-marido na Amazon. Se Bill e Melinda decidissem dividir a fortuna igualmente, Melinda teria uma fortuna de US$ 65,25 bilhões, o que seria mais do que MacKenzie Scott, que hoje detém um patrimônio de US$ 59,8 bilhões (ela doou quase US$ 6 bilhões de sua fortuna a entidades filantrópicas no ano passado.)
Enquanto os detalhes da separação não são revelados, listamos abaixo os divórcios que envolveram as maiores fortunas – pelo menos aquelas que podem ser rastreadas. Em alguns casos, como no de Sergey Brin e Anne Wojcicki, do Google, não temos como avaliar as condições do acordo porque ele foi confidencial:
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Picture Alliance/Getty Images 1. Jeff Bezos e MacKenzie Scott: US$ 35 bilhões
O casal se conheceu enquanto ambos trabalhavam no fundo de hedge D.E. Shaw, em Nova York. Depois que se mudaram para Seattle, MacKenzie ajudou Jeff a fazer a Amazon decolar. Em abril de 2019, eles anunciaram os termos do divórcio: ela recebeu cerca de 4% das ações em circulação da Amazon, avaliadas em US$ 35 bilhões na época (hoje esse valor é muito maior, já que os papéis da gigante do varejo subiram quase 75% desde então). Jeff ficou com toda a empresa de foguetes Blue Origin e o “Washington Post”. Assim que o divórcio foi finalizado, MacKenzie, que mudou seu sobrenome para Scott em 2020 e se casou novamente em março de 2021, tornou-se a terceira mulher mais rica do mundo.
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Reprodução/Forbes 2. Bill e Sue Gross: US$ 1,3 bilhão
A complexa divisão da família Gross fez um novo bilionário e deixou outro mais pobre. Sue pediu o divórcio em 2016 de seu marido, o fundador da administradora de ativos Pimco, e saiu dele um ano depois com uma fortuna de US$ 1,3 bilhão. O acordo incluiu a casa de Laguna Beach, avaliada em US$ 36 milhões, e “Le Repos”, uma contestada pintura de Picasso de 1932 que a bilionária vendeu mais tarde por US$ 35 milhões. Enquanto Bill tentava se agarrar a um de seus três gatos de estimação, Sue acabou ficando com a custódia de todos eles. O empresário também perdeu seu lugar na edição de 2018 da Forbes 400, após 14 anos consecutivos na lista. Ambos agora administram suas próprias entidades filantrópicas.
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Bruce Glikas/Getty Images 3. Steve e Elaine Wynn: US$ 850 milhões
Os cofundadores do gigante dos cassinos Wynn Resorts se divorciaram (pela segunda vez) em 2010. O acordo determinou que Elaine, integrante do conselho do Wynn Resorts desde 2002, recebesse 11 milhões de ações, então avaliadas em US$ 795 milhões. Steve também vendeu cerca de US$ 114 milhões em ações naquele ano – parte, senão todas, foi para a ex-mulher como parte do negócio. Ela então processou a Wynn Resorts em 2012 para vender parte de seus 9% e foi expulsa do conselho três anos depois, em meio a uma terrível batalha pelo mandato.
Steve vendeu todas as suas ações na companhia em 2018, depois que deixou o cargo de CEO e presidente, em meio a alegações de assédio sexual (que ele negou). Elaine, agora dona de um patrimônio de US$ 2,3 bilhões, é a maior acionista individual do Wynn Resorts.
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Reprodução/Forbes 4. Harold Hamm e Sue Ann Arnall: US$ 975 milhões
Após três anos de amargos processos judiciais, o magnata do petróleo Harold Hamm tentou, em 2015, colocar um fim ao seu casamento – sem contrato pré-nupcial – de 26 anos com Sue Ann assinando um cheque de sua conta no Morgan Stanley no valor de US$ 974.790.317,77. Sue depositou o cheque, mas mudou de ideia e decidiu que queria mais. Entrou, então, com recurso judicial pleiteando uma fatia maior da fortuna, na época de US$ 13,7 bilhões, vinculada aos 75% da participação de Hamm na Continental Resources. Em abril de 2015, a Suprema Corte de Oklahoma encerrou a saga, indeferindo o recurso sob alegação de que Sue Ann havia concordado com a proposta anterior ao assinar e depositar o cheque. Posteriormente, ela financiou um comitê de ação política que teve sucesso ao destituir o juiz que presidiu o divórcio.
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Reprodução/Forbes 5. Roy E. e Patrícia Disney: US$ 600 milhões
Roy e sua esposa pediram o divórcio em 2007, quando tinham 77 e 72 anos, respectivamente, após uma união de mais de 50 anos. Roy, sobrinho de Walt Disney, tinha uma fortuna de, aproximadamente, US$ 1,3 bilhão na época. Anteriormente um esteio da lista Forbes 400, ele perdeu quase metade de sua fortuna na divisão e foi retirado da lista. Em 2008, ele se casou com a escritora e produtora Leslie DeMeuse. No ano seguinte, Roy faleceu, seguido pela ex-mulher quatro anos mais tarde. Uma fundação familiar com ativos de US$ 122 milhões (em 2018) com o nome de ambos apóia causas ambientais e econômicas.
1. Jeff Bezos e MacKenzie Scott: US$ 35 bilhões
O casal se conheceu enquanto ambos trabalhavam no fundo de hedge D.E. Shaw, em Nova York. Depois que se mudaram para Seattle, MacKenzie ajudou Jeff a fazer a Amazon decolar. Em abril de 2019, eles anunciaram os termos do divórcio: ela recebeu cerca de 4% das ações em circulação da Amazon, avaliadas em US$ 35 bilhões na época (hoje esse valor é muito maior, já que os papéis da gigante do varejo subiram quase 75% desde então). Jeff ficou com toda a empresa de foguetes Blue Origin e o “Washington Post”. Assim que o divórcio foi finalizado, MacKenzie, que mudou seu sobrenome para Scott em 2020 e se casou novamente em março de 2021, tornou-se a terceira mulher mais rica do mundo.
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