O barulho causado pelos consumidores de veículos elétricos da Tesla preocupados com o meio ambiente parece ter alcançado o C-level da companhia. Na noite de ontem (12), Musk publicou em seu perfil no Twitter: “estamos preocupados com o rápido aumento do uso de combustíveis fósseis para mineração e transações de BTC, especialmente o carvão, que tem as piores emissões de qualquer combustível.”
Os seguidores do executivo nas redes sociais sabem que Musk é entusiasta das criptomoedas. Um dia antes, ele cogitou aceitar o dogecoin como meio de pagamento para seus veículos. A cripto, que é representada pelo símbolo de um cachorro, já foi alvo de memes e inúmeros comentários do bilionário nas redes sociais. A “brincadeira”, no entanto, mexeu com os preços do ativo digital nos últimos meses.
Do you want Tesla to accept Doge?
— Elon Musk (@elonmusk) May 11, 2021
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Mas se a mineração do bitcoin não agrada ao CEO, opções no universo cripto não faltam. Alguns exemplos são o binance coin, o solarcoin, o cardano e o chia, que registrou as primeiras negociações em maio de 2021. Para Valdiney Pimenta, CEO da BitPreço, essa e outras moedas digitais podem conquistar o mercado do bitcoin, “pois apresentam um modelo de mineração diferente. Enquanto o BTC utiliza a prova de trabalho (proof of work, em inglês), as novas criptos estão usando a prova de participação (proof of stake, em inglês).”
Pimenta explica que a grande diferença é que na prova de trabalho, os mineradores de bitcoin necessitam de muito poder computacional e energia para operar até encontrar o código que representa um determinado bloco, “como se fosse uma loteria, quem encontrar a chave primeiro será remunerado”, ou seja, pode se utilizar muito combustível e não receber por isso. Já na prova de participação, “quanto mais moedas alguém tiver minerado, mais outros blocos essa pessoa poderá cravar. O que diminui o uso de energia, pois não depende mais da sorte e muitos têm chamado isso de mineração verde”.
De acordo com a Universidade de Cambridge, apenas no dia 10 de maio, a mineração de BTC utilizou cerca de 148 mil gwh (Gigawatt-hora) ao redor do mundo, o que, segundo o levantamento da Engie, representa o consumo brasileiro de energia de aproximadamente três meses e meio. O nano, por exemplo, outro criptoativo, utiliza apenas 0,112 Wh (watt-hora), enquanto o bitcoin usa por volta de mil kwh (Quilowatt-hora) para minerar ao mesmo tempo.
Outra oportunidade que vale mencionar é iota, que busca suprir limitações do blockchain. Enquanto a rede bitcoin consegue processar apenas sete transações por segundo, o modelo do iota, chamado de DAG (directed acyclic graph) garante que para cada transação adicionada, duas novas são confirmadas. Rafael Presa, Market Developer da Iota Foundation, explica que “a nossa cripto consegue processar 600 milhões de transações para a mesma quantidade de energia gasta em uma única transação de bitcoin. Pelo que sabemos, isso é até 10x menos energia que o nano.”
O dogecoin, preterido por Musk, é uma criptomoeda que ainda utiliza a prova de trabalho em seu processo de mineração. Logo, se a sustentabilidade for o critério do executivo, talvez a moeda digital ainda não seja a melhor opção. A Forbes elencou outras seis criptomoedas que utilizam menos energia que o bitcoin e podem ser uma saída para o CEO da Tesla.
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Divulgação/Forbes Binance Coin (BNB)
O CoinMarketCap colocou o binance coin como a 14º criptomoeda mais negociada do mercado e, nos últimos três meses, valorizou cerca de 3.000%. Sua fundação tinha o objetivo de levantar fundos para incentivar o uso da plataforma Binance, mas se tornou mais que isso.
O binance coin já está presente em mais de 40 países e 800 colaboradores descentralizados. Há um mês, a plataforma lançou sua primeira ação tokenizada permitindo que seus clientes comprassem tokens atrelados ao valor da Tesla (TSLA34) e em 14 de abril, a exchange anunciou sua listagem na Coinbase. O binance coin utiliza o modelo proof of stake para ser minerado.
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Divulgação/Forbes IOTA (MIOTA)
A Iota Foundation foi criada em novembro de 2017 e tinha o objetivo de otimizar o processamento das transações realizadas pelo blockchain. Segundo o CoinMarketCap, o iota está entre as 50 criptomoedas mais negociadas, estando em 33º lugar.
Segundo o site da fundação sem fins lucrativos por trás do iota, a forma de financiamento da cripto é por meio de doações da comunidade, bolsas de pesquisa, desenvolvimentos de órgãos públicos e contribuições de organizações.
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Divulgação/Forbes Chia (XCH)
A Chia Network criou a criptomoeda com o objetivo de melhorar a mineração das moedas digitais, otimizando a forma de verificar as transações e necessitando de pouca energia para realizar os trabalhos.
A mineração do chia pode ser feita por qualquer computador, basta entrar no site da criptomoeda e baixar a plataforma de transação, chamada Mainnet. Para começar a cultivar, basta disponibilizar espaço de armazenamento no computador e preencher com a interface do usuário. Um diferencial entre muitas criptomoedas, que necessitam de muita energia e aparatos tecnológicos, consumindo muito mais energia.
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Divulgação/Forbes SolarCoin (SLR)
O solarcoin funciona como uma criptomoeda que utiliza energia solar para realizar a mineração, ou seja, para cada megawatt-hora gerado é criado um solarcoin. Os mineradores precisam realizar um upload de documentação para comprovar a origem da energia gerada.
A criptomoeda é global e descentralizada, sendo possível negociá-la como qualquer outro criptoativo. Enquanto a mineração do bitcoin pode ser feito a partir de energia não-renovável, o solar é apenas renovável.
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Divulgação/Forbes Cardano (ADA)
O cardano é um projeto de blockchain, chamado de terceira geração, que foi desenvolvido pelo cofundador da rede Ethereum, Charles Hoskinson, e tem a perspectiva de consumir pouca energia na mineração, sendo uma saída mais verde para o mercado.
Em entrevista à CNBC, Hoskinson afirmou que o bitcoin estava utilizando uma “quantidade absurda de eletricidade”. Pensando nisso, ele criou o cardano, que consome apenas 6 GWh (Quilowatt-hora) de energia via prova de participação. Enquanto o bitcoin realiza sete transações por segundo, o cardano pode atingir mil no mesmo período.
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Divulgação/Forbes Stellar (XLM)
O stellar funciona como uma rede para troca de moedas (dólar, bitcoin, pesos e até lúmen, seu próprio token) e pagamentos, sendo possível criar, enviar e negociar todas as formas de capital. O sistema utiliza blockchain para manter a rede em funcionamento.
Enquanto a taxa média de transação do bitcoin é de aproximadamente R$ 155,92, o stellar necessita que o cliente utilize 0,00001 lúmen, ou R$ 0,000321, cotado hoje (13), às 12h00, horário de Brasília. Segundo a companhia, “isso torna o stellar amplamente acessível”. Essa escolha por facilitar as negociações no blockchain por apenas uma fração de centavo pode se traduzir em uma pegada de carbono mais baixa, já que demanda menos energia.
Binance Coin (BNB)
O CoinMarketCap colocou o binance coin como a 14º criptomoeda mais negociada do mercado e, nos últimos três meses, valorizou cerca de 3.000%. Sua fundação tinha o objetivo de levantar fundos para incentivar o uso da plataforma Binance, mas se tornou mais que isso.
O binance coin já está presente em mais de 40 países e 800 colaboradores descentralizados. Há um mês, a plataforma lançou sua primeira ação tokenizada permitindo que seus clientes comprassem tokens atrelados ao valor da Tesla (TSLA34) e em 14 de abril, a exchange anunciou sua listagem na Coinbase. O binance coin utiliza o modelo proof of stake para ser minerado.
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