A B3 divulgou nesta semana um marco importante para o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro: o número de mulheres com CPFs cadastrados na Bolsa chegou a 1 milhão, crescimento de 19% ante o dado registrado em dezembro de 2020. Naturalmente, uma parcela delas é formada por mães. Com maior apetite do público feminino pelos investimentos em renda variável, a Forbes conversou com especialistas para identificar como os filhos podem inovar neste Dia das Mães, incluindo as aplicações financeiras entre as opções de presentes para a data.
É comum que muitas mães sintam-se menos confiantes para tomar riscos em geral, comportamento que se reflete também em suas escolhas de investimentos: “eu sempre fui muito arrojada, mas depois que o neném nasceu, diminui um pouco as minhas alocações em renda variável, pensando que eu poderia precisar de alguma emergência para ele”, explica Patrícia Aiello, superintendente de Alta Renda do Modalmais.
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A especialista avalia que, ao organizar a renda de determinado investidor em uma carteira, é preciso ter em vista três objetivos: a elaboração de uma reserva de emergência, a formação de uma aposentadoria e a construção de patrimônio. A partir da maternidade, no entanto, as mulheres em geral passam a considerar mais um fator na hora de investir: os filhos.
“Quando a gente vira mãe, eu falo que entra uma quarta caixinha, que é para o nosso filho, tem sempre aquele medo de como conseguir sustentá-lo, se que ele quiser fazer um intercâmbio, uma faculdade cara, um carro quando completar 18 anos, é o dinheiro que eu vou guardar para quando ele ficar mais velho”, pontuou Patrícia.
As sugestões de investimentos pensadas para o Dia das Mães foram elaboradas com base em dois perfis: uma mãe acima dos 50 anos e com recursos investidos na poupança, mas que deseja construir uma carteira de investimentos pensando na aposentadoria. Já o segundo perfil de mãe é mais jovem, mas que nunca investiu e quer começar a cuidar melhor das suas finanças.
As projeções levam em conta ainda aportes mensais de R$ 3 mil, mas o valor pode ser adaptado para mais ou menos, conforme objetivos e prazos da mãe investidora.
Carteira para o perfil 1
Aqui, a proposta é dividir o valor já guardado na poupança em três partes iguais:
Reserva de emergência: 33% alocados em investimentos de renda fixa com alta liquidez, como Tesouro Selic, que possui cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) e ainda rendem mais que a poupança;
Diversificação: 33% em fundo de investimento de renda fixa, que invista em ativos como CDB, LCI, LCA, que oferecem menor exposição a riscos;
Reserva da previdência: 33% podem ser alocados em fundos multimercado, onde o dinheiro ficará alocado por mais tempo.
Uma vez que os recursos que estavam na poupança foram realocados, a investidora pode destinar os seus aportes mensais para incrementar a reserva da previdência, que é o objetivo principal neste exemplo.
Carteira para o perfil 2:
Reserva de emergência: o primeiro passo dessa mãe é montar uma reserva para imprevistos a partir da relação entre seu salário e o gasto mensal. Esse valor pode ser alocado em um ativo de alta liquidez, como Tesouro Selic ou CDB de liquidez diária. Todos os seus aportes mensais devem prioritariamente ser destinados a montar a reserva, que precisa ser suficiente para cobrir o seu custo de vida por 6 a 12 meses.
Investimento mais arrojado: depois que a reserva estiver feita, a mãe investidora pode começar a trabalhar na construção do seu patrimônio, dividindo os aportes mensais em um fundo de ações ou em um fundo imobiliário. Aqui a dica é investir todos os meses com disciplina, até que o montante investido se iguale à composição da reserva. A partir disso, é possível diversificar ainda mais sua carteira.
Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama Investimentos, ressalta que após a construção da reserva, o segundo perfil pode apostar em ativos com risco maior a fim de se obter melhores resultados em longo prazo. “Como ela tem uns 30 anos pela frente, precisa correr um pouco mais de risco para multiplicar seu patrimônio”, avalia.
As especialistas destacam ainda a importância de se respeitar o perfil de cada pessoa na hora de investir, buscar ajuda especializada na tomada de decisões, acompanhar os indicadores econômicos do país e entender seus impactos nos investimentos. A diversificação também não pode ser deixada de lado, independente de qualquer característica individual e deve ser sempre considerada para fazer crescer o patrimônio das mães investidoras.
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