Um dia após o Copom (Comitê de Política Monetária) trazer uma decisão em linha com o que já era esperado pelos investidores, o mercado opera sem direção clara. O Ibovespa oscila em torno da estabilidade no início do pregão, e subia 0,18%, a 119.778 perto das 10h20. O minério de ferro disparou hoje (6) e rompeu os US$ 200 por tonelada, o que favorece os papéis ligados à commodity na sessão. Em contrapartida, o cenário político, em meio a discussões na CPI da Covid-19 no Senado, e as preocupações fiscais geram cautela.
O Comitê do BC (Banco Central) decidiu ontem (5) elevar a taxa Selic em 0,75 ponto percentual, de forma unânime, para 3,50% ao ano. Assim como na última decisão, o Copom indicou no comunicado que deve promover mais uma alta do juro “de mesma magnitude” no próximo encontro, agendado para 15 e 16 de junho.
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Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, isso significa que o BC “não deverá elevar o juro para além do seu patamar neutro, hoje estimado pela autoridade entre 6,0% e 6,5%, mantendo ‘algum estímulo monetário ao longo do processo de recuperação econômica’”. Sanchez reforça a perspectiva de mais dois aumentos de 0,75 ponto percentual, “conduzindo a taxa básica de juro para 5,0% antes do término desse ano. Tal patamar deverá ser sustentado até o último trimestre de 2022, segundo nossa perspectiva, quando será conduzido a 6,0%”.
Conforme Alexandre Espirito Santo, economista-chefe da Órama, o comunicado mostrou que a autoridade monetária está comprometida com sua meta de inflação, mas ainda aponta dúvidas sobre perspectivas de recuperação da atividade, com preocupações sobre a situação fiscal e os efeitos da segunda onda da pandemia.
Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP, alerta que a Bolsa ainda não deve ter efeitos dessa decisão do Copom, mas chama atenção para caso o BC tenha que intensificar o ciclo de altas. “Podemos ter impactos na Bolsa quando a taxa de juro real (Selic descontada da inflação) voltar a ficar positiva. Enquanto os juros reais continuarem negativos no Brasil, esse cenário continua favorável ao mercado de ações e acomodatício para a economia.”
O dólar oscila sem direção definida na primeira hora de pregão, em queda de 0,04% ante o real, a R$ 5,3519. A divisa norte-americana opera em queda ante seus pares no exterior medida pelo índice DXY.
Nos Estados Unidos, os futuros dos índices apontam para uma abertura em alta, após fechamento em recorde do Dow Jones ontem (5), com destaque para os papéis de tecnológicas. Os registros semanais de pedidos de seguro-desemprego marcaram 498 mil, abaixo da estimativa de 540 mil, na véspera do relatório de emprego norte-americano, o Payroll, que deve mostrar se a aceleração da imunização de Joe Biden já surtiu efeitos no mercado de trabalho.
Os mercados europeus oscilam nesta quinta-feira, com o Stoxx 600 em queda de 0,24%. Na Alemanha, o DAX cai 0,02%; enquanto o CAC 40 desvaloriza 0,05% na França; na Itália, o FTSE MIB é negociado a 0,19%; e o FTSE 100 cresce 0,07% no Reino Unido. Mais cedo, na Alemanha, as encomendas às fábricas em março subiram 3% na comparação mensal, ante estimativa de 1,5%, o que indica recuperação da demanda.
A União Europeia também divulgou hoje (6) que as vendas do varejo saltaram 2,7% em março sobre o mês anterior, com um ganho de 12,0% na base anual. O resultado indicou uma demanda reprimida do consumidor conforme os lockdowns diminuem.
As bolsas na China e Japão abriram nesta quinta-feira após três dias sem operações devido aos feriados. O índice chinês Shanghai caiu 0,16%, em resposta à tensão com países ocidentais, enquanto, o japonês Nikkei cresceu 1,8%. O Hang Seng, de Hong Kong, valorizou 0,77%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou em alta de 0,56%.
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