A prévia da inflação brasileira apresentou novo arrefecimento em maio, mas ainda assim registrou a maior taxa para o mês em cinco anos e a alta acumulada em 12 meses disparou bem acima do teto da meta oficial, mantendo as atenções sobre a trajetória dos preços no país.
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15) passou a subir em maio 0,44%, de alta de 0,60% em abril, de acordo com os dados divulgados hoje (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Essa é a leitura mais elevada para o mês desde 2016, quando o índice atingiu 0,86%.
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Enquanto isso, a taxa acumulado em 12 meses até maio disparou a 7,27%, acima dos 6,17% vistos no mês anterior, refletindo a saída do cálculo de dados fracos vistos no ano passado. É o maior nível desde novembro de 2016, quando o IPCA-15 em 12 meses foi a 7,64%,
Assim, a leitura vai ainda mais acima do teto da meta do governo para este ano, de 5,25% – o centro do objetivo é de 3,75%, com margem de 1,5% acima ou abaixo, medida pelo IPCA.
Os resultados, entretanto, ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,55% na comparação mensal e de 7,39% em 12 meses.
O IPCA-15 de maio teve como destaque a alta de 2,31% da energia elétrica, levando o grupo habitação a subir 0,79% de 0,45% no mês anterior, depois da adoção da bandeira tarifária vermelha no mês. Também se destacou no grupo o 12º mês consecutivo de avanço do gás de botijão, de 1,45%, embora abaixo da taxa de 2,49% no mês anterior.
O grupo saúde e cuidados pessoais também acelerou a alta a 1,23% de 0,44% em abril, influenciado pela alta de 2,98% nos preços dos produtos farmacêuticos com o reajuste de 10,08% nos medicamentos a partir de 1º de abril. Houve aumentos nos remédios antialérgicos e broncodilatadores (5,16%), dermatológicos (4,63%), anti-infecciosos e antibióticos (4,43%) e hormonais (4,22%).
Os preços de alimentação e bebidas subiram 0,48% com impacto do avanço de 0,50% da alimentação no domicílio em maio. Os destaques foram as carnes (1,77%) e o tomate (7,24%). O único grupo a apresentar deflação em maio foi transportes, de 0,23%, devido à queda de 28,85% nos preços das passagens aéreas.
A trajetória da inflação no Brasil tem sido acompanhada com cautela. O Banco Central já elevou a taxa básica de juros a 3,5% desde março ante a mínima história de 2,0%, em meio ao aumento persistente da inflação corrente e das expectativas para a inflação de 2022.
A pesquisa Focus mais recente realizada pelo BC com uma centena de economistas mostra que a expectativa para a alta do IPCA neste ano é de 5,24%, e para 2022 chega a 3,67%. (com Reuters)
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