O aumento recente da inflação nas economias avançadas pode causar deterioração abrupta das condições monetárias globais, causando reprecificação desordenada dos ativos e aumento da aversão ao risco, avaliou o Comitê de Estabilidade do Banco Central, destacando a possibilidade de reversão dos fluxos de capital para economias emergentes.
Na ata de sua última reunião, divulgada hoje (8), o comitê ressaltou que os bancos centrais mantêm a comunicação de que o aumento recente da inflação é temporário e que os estímulos serão mantidos. “Contudo, questionamentos dos mercados a respeito de riscos inflacionários nessas economias podem tornar o ambiente desafiador para países emergentes”, informou o Comef no documento.
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O Comef avaliou ainda que a exposição do Sistema Financeiro Nacional ao risco da taxa de câmbio é baixa e a dependência do funding externo é pequena.
A avaliação do comitê na reunião foi de que o restabelecimento da neutralidade da política macroprudencial é apropriada no momento, especificamente o retorno da parcela ACPConservação (Adicional de Conservação de Capital Principal), com conclusão prevista para março de 2022.
Além disso, destacou que o ambiente econômico continua exigindo atenção por parte da autoridade reguladora e supervisora, apesar do otimismo cauteloso do cenário atual. Mas o comitê mantém a recomendação de que as Instituições Financeiras mantenham a prudência na política de gestão de capital.
“Ao longo de 2021, os bancos devem destinar os lucros de forma conservadora e alinhada às incertezas presentes e ao momento econômico”, completou.
O comitê avaliou ainda que o custo de manutenção de liquidez aumentou e os prazos de captação encurtaram. “A taxa média de captação tem se elevado e segue acima da taxa básica de juros, ao contrário do que ocorria até 2019. Ao mesmo tempo, os prazos das captações foram encurtados em decorrência da crise”, conforme o Comef, avaliando que as instituições financeiras têm capacidade de adaptação para lidar com as mudanças.
O Comef é responsável por estabelecer diretrizes para resguardar a estabilidade financeira e prevenir riscos sistêmicos. O colegiado se reúne quatro vezes ao ano. (com Reuters)
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