Um grupo de empresas de capital privado liderado pelo Blackstone Group concordou em comprar a Medline Industries, conforme anunciaram as empresas ontem (5), em um acordo que o “WSJ” (“Wall Street Journal”) noticiou, o qual avaliou a empresa de suprimentos médicos em mais de US$ 30 bilhões, no que se revela uma grande oferta para a família Mills, que disse à Forbes em fevereiro de 2020 que possuía 100% da empresa.
Os fundos administrados pela Blackstone, Carlyle e Hellman & Friedman terão participação majoritária na Medline, que é a maior fabricante e distribuidora privada de suprimentos médicos nos Estados Unidos, e que registrou US$ 17,5 bilhões em vendas em 2020.
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As empresas não divulgaram o valor do negócio, mas fontes disseram ao “WSJ” que ele vale cerca de US$ 34 bilhões, excluindo a dívida, a Medline é avaliada em mais de US$ 30 bilhões.
Após a compra, a família Mills permanecerá como o maior acionista único da empresa e a equipe de gestão existente permanecerá no comando: o CEO Charlie Mills, o presidente Andy Mills e o COO Jim Abrams, que se tornou um membro da família após o casamento.
As empresas informaram que o negócio, que deve ser fechado no final deste ano, dará à companhia o financiamento para expandir sua linha de produtos, acelerar sua expansão no exterior e fortalecer sua cadeia de abastecimento global.
Com origens que remontam a 1910, a Medline foi fundada em 1966 pelos irmãos James e Jon Mills, que abriram o capital da empresa em 1972, e fecharam novamente cinco anos depois. Charlie Mills, filho de James, é CEO da companhia desde 1997. No início da pandemia no ano passado, a Medline aumentou a produção de itens como alvejantes, máscaras faciais, aventais cirúrgicos, lenços desinfetantes e papel higiênico. Andy Mills disse à Forbes, na época, que “o volume [de ligações em busca de suprimentos] está fora dos gráficos… Eu literalmente não posso passar uma hora sem receber algum tipo de pedido em minha caixa de correio”.
A aquisição da Medline, que pode ser a maior LBO (Leveraged Buyout, ou compra alavancada, em tradução livre) já feita no setor de saúde, e pode levar ao ressurgimento dos “acordos de clube”, por meio dos quais várias firmas de capital privado unem forças para adquirir uma empresa, segundo a “Bloomberg”. Essas transações perderam alguns privilégios após a crise financeira, pois os investidores em vários fundos de capital privado não se sentiam confortáveis com muito dinheiro exposto em poucos ativos. A maior aquisição alavancada da história foi a da concessionária TXU Corp. por US$ 45 bilhões, e ocorreu através de um negócio de clube, ela acabou declarando falência em 2013.
No fim de maio, Christina Minnis, chefe global de aquisições financeiras do Goldman Sachs, disse que esperava ver grandes LBOs este ano. O banco já subscreveu cinco negócios de, ao menos, US$ 10 bilhões cada, o que o coloca no ritmo de quebrar seu recorde de oito negócios nesse modelo em um ano
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