A queda de 30% no valor do bitcoin desde o início de março gerou perdas de mais de US$ 1,4 bilhão para quatro bilionários do bitcoin, segundo estimativas da Forbes. Os gêmeos Winklevoss estão US$ 300 milhões mais pobres. O CEO da MicroStrategy e entusiasta da criptomoeda, Michael Saylor, viu sua fortuna cair também mais de US$ 300 milhões. O capitalista de risco Tim Draper perdeu US$ 500 milhões.
Depois de ficar abaixo de US$ 30 mil no exterior no início desta semana, o bitcoin operava cotado a pouco mais de US$ 34 mil na quarta-feira (23). O preço da moeda digital ainda está 47% abaixo na comparação com meados de abril, depois que autoridades chinesas ordenaram o fechamento das operações de mineração de criptomoedas e pediram às instituições financeiras para limitarem a oferta de serviços às empresas de criptomoedas.
Desde do pico de US$ 2,5 trilhões em 12 de maio, o valor de mercado das criptomoedas caiu quase pela metade em apenas cinco semanas, causando uma perda em dólares equivalente ao PIB anual da Indonésia. A correção foi iniciada pelo cofundador da Tesla, Elon Musk, ao citar preocupações com o impacto ambiental da mineração do bitcoin, somado ao aumento no escrutínio regulatório em várias jurisdições e uma tendência cíclica de afastamento dos investidores dos ativos de riscos, conforme as economias se recuperam da pandemia.
Apesar das condições mais pessimistas, as fortunas dos bilionários das criptos foram para direções diferentes. Em 5 de março – quando a Forbes calculou os patrimônios de 12 pessoas do setor para a lista anual dos Bilionários do Mundo -, eles valiam juntos US$ 37,3 bilhões, enquanto o bitcoin custava US$ 49 mil. Na quarta, o bitcoin era negociado por apenas US$ 34 mil, mas o patrimônio líquido coletivo do grupo cresceu para US$ 39,5 bilhões. Seis fortunas diminuíram, enquanto quatro viram suas riquezas crescer, e dois patrimônios permanecem estáveis.
Aqui está como a fortuna dos bilionários das criptomoedas mudou entre 5 de março e 23 de junho. As avaliações foram calculadas usando a cotação dos ativos de quarta-feira (23), às 9h30, horário de Brasília.
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Reprodução/Forbes Sam Bankman-Fried
Março: US$ 8,7 bilhões
Hoje: US$ 8,3 bilhões
Diferença: – US$ 400 milhões
O fundador da firma de negociação quantitativa Alameda Research e da bolsa de derivativos de criptomoedas FTX perdeu US$ 400 milhões por causa do crash. A maior parte da riqueza de Bankman-Fried, de 29 anos, está vinculada ao patrimônio líquido e a tokens (FTT) da FTX. -
Anthony Harvey/Getty Images Brian Armstrong
Março: US$ 6,5 bilhões
Hoje: US$ 8,5 bilhões
Diferença: + US$ 2 bilhões
A fortuna do CEO da Coinbase cresceu US$ 2 bilhões graças ao IPO de sua empresa, que levantou US$ 86 bilhões em abril. As ações da Coinbase caíram 36% em relação ao pico de US$ 342 de meados de abril, seguindo o movimento do mercado geral de criptomoedas e reduzindo em alguns bilhões de dólares o patrimônio de Armstrong. -
Joe Raedle/Getty Images Cameron e Tyler Winklevoss
Março: US$ 3 bilhões cada
Hoje: US$ 2,7 bilhões cada
Diferença: – US$ 300 milhões cada
Os gêmeos fundadores da bolsa de criptomoedas Gemini perderam US$ 300 milhões cada um no último crash das criptomoedas. Em abril, a Forbes trouxe na capa da revista “2021 World’s Billionaires” os Winklevoss como um token não fungível. Intitulado “Merchants of the Metaverse” (“Mercadores do Metaverso”, em tradução livre), o token arrecadou pouco mais de US$ 333 mil em um leilão na plataforma de arte digital Nifty Gateway, também de propriedade dos irmãos. -
Reprodução/Forbes Chris Larsen
Março: US$ 3,4 bilhões
Hoje: US$ 4 bilhões
Diferença: + US$ 600 milhões
O presidente do Ripple Labs aumentou sua fortuna em US$ 600 milhões graças à alta repentina do XRP. Larsen era consideravelmente mais rico em abril, quando o XRP atingiu o recorde de US$ 1,83. A moeda, que se baseia em remessas internacionais, caiu 64% desde então, mas acumula alta de 177% até o momento, enchendo os bolsos de Larsen. -
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Joe Raedle/Getty Images Michael Saylor
Março: US$ 2,3 bilhões
Hoje: US$ 1,97 bilhão
Diferença: – US$ 330 milhões
A queda do bitcoin tirou mais de US$ 300 milhões da fortuna do executivo-chefe da MicroStrategy. Em 21 de junho, a empresa de inteligência de negócios, que é a maior detentora corporativa de bitcoin, comprou 13.005 bitcoins por aproximadamente US$ 489 milhões, elevando suas reservas totais para mais de 100.000 bitcoins. As ações da MicroStrategy despencaram 7,5% após o anúncio da transação, um sinal da incerteza dos investidores em relação ao investimento da empresa no clima atual. -
Reprodução/Forbes Jed McCaleb
Março: US$ 2 bilhões
Hoje: US$ 2,5 bilhões
Mudança: + US$ 500 milhões
McCaleb, outro cofundador da Ripple, está US$ 500 milhões mais rico devido à resiliência do XRP. O empreendedor fundou a primeira grande bolsa de criptomoedas em 2010 e seria ainda mais rico se a Stellar Lumens, criptomoeda que ele cofundou em 2014, não tivesse registrado queda de 44% desde março. -
Reprodução/YouTube Changpeng Zhao
Março: US$ 1,9 bilhão
Hoje: US$ 1,9 bilhão
Diferença: não há
O fundador e CEO da Binance, a maior bolsa de criptomoedas do mundo, protegeu sua fortuna durante o período de liquidação. O Binance Coin (BNB), o token nativo das blockchains Binance Chain e Binance Smart Chain, ambas da Binance, cresceu para se tornar a terceira maior criptomoeda em capitalização de mercado, atrás apenas de bitcoin e ethereum. O BNB saltou de US$ 38 em janeiro para pouco menos de US$ 700 em maio, o que corresponde a um crescimento de 18 vezes em menos de seis meses. -
Tammy Perez/Getty Images Fred Ehrsam
Março: US$ 1,9 bilhão
Hoje: US$ 2,9 bilhões
Diferença: + US$ 1 bilhão
O co-fundador da Coinbase que se tornou um capitalista de risco de criptomoedas ficou US$ 1 bilhão mais rico desde março. Ao contrário de muitos de seus colegas bilionários, Ehrsam expressou preocupação com a especulação do mercado. Esta semana, ele previu o fim de muitas criptomoedas menores e alertou contra o investimento em NFTs (tokens não fungíveis). -
CNBC/Getty Images Barry Silbert
Março: US$ 1,6 bilhão
Hoje: US$ 1,6 bilhão
Diferença: não há
O CEO do criptoconglomerado DCG (Digital Currency Group), fundado por ele em 2015, é um dos dois bilionários da lista que manteve o status quo. Entre os negócios controlados pela DCG estão a empresa de gestão de ativos Grayscale, que acumula mais de US$ 40 bilhões em bitcoin, ether e outros ativos; o site de notícias do mercado de criptomoedas CoinDesk e a corretora de criptomoedas Genesis Trading. -
Roy Rochlin/Getty Images Matthew Roszak
Março: US$ 1,5 bilhão
Hoje: US$ 1,4 bilhão
Diferença: – US$ 100 milhões
Roszak é um investidor de longa data em criptomoedas e tem um portfólio diversificado de tokens, o que torna sua fortuna suscetível a quedas generalizadas do mercado. Roszak disse esta semana que a repressão da China às criptomoedas cria “uma tonelada de oportunidades” para os EUA e o resto do mundo. -
Handout/Getty Images Tim Draper
Março: US$ 1,5 bilhão
Hoje: US$ 1 bilhão
Diferença: – US$ 500 milhões
O capitalista de risco torrou US$ 18,7 milhões em cerca de 30.000 bitcoins em 2014. O portfólio concentrado de Draper o torna suscetível às oscilações do bitcoin. Se o token cair abaixo de US$ 30.000 novamente, Draper dará adeus ao clube de três vírgulas das criptomoedas.
Sam Bankman-Fried
Março: US$ 8,7 bilhões
Hoje: US$ 8,3 bilhões
Diferença: – US$ 400 milhões
O fundador da firma de negociação quantitativa Alameda Research e da bolsa de derivativos de criptomoedas FTX perdeu US$ 400 milhões por causa do crash. A maior parte da riqueza de Bankman-Fried, de 29 anos, está vinculada ao patrimônio líquido e a tokens (FTT) da FTX.
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