O Ibovespa fechou novamente no vermelho nesta terça-feira (29), com leve baixa de 0,08%, a 127.327 pontos e marcando o terceiro pregão seguido de queda da Bolsa, que tem refletido a reação negativa do mercado ao projeto de reforma tributária apresentado pelo governo na sexta-feira (25) e à perspectiva de aumento da inflação, puxada pela alta no preço da energia elétrica.
A proposta do Ministério da Economia de proibir a dedução de JCP (Juros sobre o Capital Próprio) do imposto de renda das pessoas jurídicas tem impactado o mercado. “As companhias que pagam muitos JCP, como bancos, seguem sofrendo processo de correção após diversos relatórios de bancos de investimento e corretoras apontando as estimativas de queda de lucro”, diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora.
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Outro ponto do projeto de reforma que foi mal recebido é a tributação de dividendos, cuja alíquota prevista no texto é de 20%. Em compensação, o Ministério da Economia propôs reduzir a alíquota do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica), que hoje é de 15%, em 2,5 pontos em 2022, para 12,5%, e em mais 2,5 pontos no ano seguinte, para 10%. Nesta tarde, o ministro Paulo Guedes afirmou que o governo estuda alterar esse escalonamento e promover um corte de 5 pontos percentuais já em 2022.
Na manhã de hoje (29), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) reajustou a tarifa da bandeira vermelha nível 2, que passará de R$ 6,24 para R$ 9,49 por kWh (quilowatt-hora) entre julho e dezembro deste ano —uma alta de 52%.
A medida sinalizou um aumento da inflação do próximo mês, e, segundo Ribeiro, “cresce ainda mais a expectativa do Copom acelerar seu processo de alta da Selic e até mesmo atingir o patamar de 7% ainda esse ano”. Uma Selic mais alta pode aquecer o mercado de renda fixa, afastando o investidor mais conservador da Bolsa.
A agência reguladora também reajustou as demais bandeiras: a nova tarifa da amarela será de R$ 1,874 a cada 100 kWh, versus R$ 1,343 antes; e a vermelha patamar 1, de R$ 3,971 a cada 100 kWh (ante R$ 4,169).
Em Wall Street, o dia foi de alta, principalmente para o índice S&P 500, que bateu novo recorde, a 4.291 pontos (crescimento de 0,03%). Dez dos 11 principais setores do S&P registraram alta, com os de energia, matérias-primas e indústria entre os de maior ganho, após ficarem atrás nas últimas sessões.
O resultado do indicador de confiança do consumidor norte-americano, que foi divulgado hoje e chegou em junho ao seu nível mais alto desde o início da pandemia de Covid-19, reforçou as expectativas de forte crescimento econômico nos Estados Unidos no segundo trimestre.
A cotação do dólar refletiu o clima nos dois países. A moeda norte-americana se valorizou novamente frente ao real e teve alta de 0,29%, fechando o dia a R$ 4,94.
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