Após três dias de altas, o Ibovespa fechou hoje (15) com queda de 0,73%, a 127.467 pontos, acompanhando o mercado norte-americano em um dia de aversão a risco no exterior. No cenário doméstico, a atenção dos investidores esteve voltada para o estado de saúde do presidente Jair Bolsonaro e para a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2022, aprovada hoje pela Câmara.
“Importante destacar que a queda desta quinta é acompanhada de um volume [de negócios] bem abaixo da média, ou seja, o viés de alta ganho durante a semana não foi anulado e podemos interpretar o movimento como uma correção”, diz o analista Rafael Ribeiro, da Clear Corretora.
O projeto da LDO prevê um déficit de R$ 170,47 bilhões para os orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, projeta um crescimento do PIB de 2,5% em 2022 e salário mínimo de R$ 1.147,00. Uma das prioridades do governo elencadas no texto é o Programa Nacional de Imunização, visto como crucial pelos investidores para a retomada da economia.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) fecharam em queda de 2,43% e 2,13%, acompanhando os preços do petróleo. A cotação da commodity caiu depois que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos chegarem a um compromisso sobre a oferta de petróleo, que deve abrir caminho para um acordo entre os membros da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados).
Em relatório mensal divulgado hoje, o grupo projetou crescimento de 3,4% na demanda da commodity para o ano que vem, e afirmou que a busca pelo petróleo voltará a níveis similares aos anteriores à pandemia, impulsionada principalmente pelo crescimento nos Estados Unidos, China e Índia.
Em Wall Street, os índices registraram queda na maior parte do dia, com o Dow Jones virando para o positivo nas últimas horas do pregão – o índice avançou 0,15%, a 34.987 pontos. O S&P 500 caiu 0,33%, a 4.360 pontos, e o Nasdaq recuou 0,70%, a 14.543 pontos. O mercado reagiu com cautela ao novo depoimento do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, que vê a alta da inflação como temporária, mas em altos patamares nos próximos meses.
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, compartilhou uma visão similar em uma entrevista nesta quinta. “Não devemos esperar que [a inflação] desapareça no mês que vem, mas certamente a médio prazo não acho que continuará”, disse ela. “Mas, é claro, precisamos observar a inflação com muito, muito cuidado.”
Também repercutiram no mercado externo os dados oficiais do Produto Interno Bruto da China, que cresceu 7,9% entre abril e junho em comparação com o mesmo período de 2020. Segundo pesquisa da Reuters com economistas, a expectativa era de alta de 8,1%.
O dólar fechou em alta de 0,58%, a R$ 5,1157 na venda, acompanhando um movimento global de aversão a risco em meio a dúvidas sobre o crescimento nas principais economias. (Com Reuters)