A produção da indústria brasileira voltou a subir na metade do segundo trimestre após três meses de queda, retomando o nível pré-pandemia apesar de o ganho em maio ter ficado abaixo do esperado conforme o setor ainda busca se recuperar das cicatrizes deixadas pela Covid-19.
Em maio, a indústria apresentou avanço de 1,4% em relação a abril, segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados hoje (2).
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O resultado positivo não repõe as perdas acumuladas de 4,7% na produção nos três meses anteriores, e ainda ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de ganho de 1,7%.[BRIO=ECI]
Com o resultado de maio, a indústria chega ao mesmo patamar de fevereiro de 2020, pré-pandemia, mas ainda está 16,7% abaixo do nível recorde visto em maio de 2011.
“[Para o resultado de maio houve efeito de] flexibilização de medidas de isolamento e começou o pagamento do auxílio emergencial. Essa combinação de fatores explica o comportamento diferente. A grande questão é se isso vai continuar ou não”, explicou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Na comparação com o mesmo mês do de 2020, a produção teve alta de 24,0%, nona taxa positiva consecutiva e a segunda mais elevada da série histórica, mas também abaixo da expectativa de avanço de 25,0%. O resultado se dá principalmente por conta da base baixa de comparação, depois da paralisação da indústria por conta das medidas de isolamento social em abril e maio do ano passado.
A indústria sofreu no começo deste ano com o recrudescimento da pandemia, do isolamento e das restrições para combate ao coronavírus, no momento em que buscava engatar uma recuperação. O cenário ainda contempla desemprego e inflação elevados.
“É preciso ter cautela, seja pela base fraca, seja pela conjuntura com muitos desempregados, renda menor e inflação mais alta e outros fatores”, destacou Macedo. “A indústria começou 2021 com menor intensidade, e tem relação com o recrudescimento da pandemia, que afeta tanto a produção quanto a demanda.”
No mês de maio, 15 das 26 atividades na pesquisa apresentaram ganhos, com destaque para produtos alimentícios (2,9%), coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (3,0%) e indústrias extrativas (2,0%).
“Esse número maior de atividades com crescimento está relacionado ao fato de termos, nos meses anteriores, um perfil bastante disseminado de atividades em queda. Isso faz com que haja uma volta natural ao campo de crescimento em função das quedas mais acentuadas nesses meses”, alertou Macedo.
Entre as grandes categorias econômicas, os resultados positivos ficaram com bens de capital (1,3%) e bens de consumo (1,5%), enquanto a produção de bens intermediários teve contração (-0,6%). (Com Reuters)
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