Cho Young-sik, fundador da SD Biosensor, fabricante de testes de Covid-19, irá se tornar bilionário neste mês, quando a empresa sul-coreana deve listar suas ações na Bolsa da Coreia do Sul.
A SD Biosensor está ofertando 12,4 milhões de ações com uma faixa de preço entre 45 mil won a 52 mil won cada. No ponto médio dessa faixa, o negócio poderia arrecadar 603 bilhões de won (cerca de US$ 530 milhões) e avaliar a empresa em 4,9 trilhões de won. A empresa planeja usar os recursos para expandir as linhas de produção, diversificar seu portfólio de produtos e expandir sua presença na Europa e América do Sul.
Cho, que completou 60 anos em junho, é presidente e acionista majoritário da SD Biosensor, com 32,07% de participação no negócio. Ele também possui participações na SD Biosensor através da BioNote e SDB Investment, o segundo e o terceiro maiores acionistas, respectivamente. No total, Cho possui pouco mais de 52% da SD Biosensor. A Forbes estima seu patrimônio líquido em US$ 1,9 bilhão.
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A SD Biosensor é atualmente conhecida por seu rápido teste de Covid-19, chamado Standard Q. A empresa, com sede na cidade de Suwon, ao sul de Seul, exporta quase todos os seus produtos Standard Q. No mês passado, o governo de Singapura concedeu autorização provisória para quatro kits de autoteste de Covid-19 serem vendidos em farmácias, dois dos quais são fabricados pela SD Biosensor. No início da pandemia, a empresa esteve entre o primeiro grupo de fabricantes de testes de Covid-19 aprovados pelo governo indiano.
A empresa informou que a sua receita aumentou 23 vezes para 1,7 trilhão de won (US$ 1,4 bilhão) em 2020, quando a pandemia começou, e a receita líquida aumentou quase 200 vezes para 622 bilhões de won (US$ 527 milhões). A SD Biosensor ganha a maior parte de seu dinheiro – cerca de 84% da receita total em 2020 – com as vendas do Standard Q. A empresa teve um grande impulso quando o governo da Eslováquia comprou 13 milhões de unidades do produto no final de 2020, o suficiente para testar toda a sua população duas vezes.
Espera-se que a demanda por testes de Covid-19 da SD Biosensor permaneça alta este ano, visto que a pandemia continua a se espalhar em muitas partes do mundo. No mês passado, o Camboja comprou 1 milhão de testes. Antes da pandemia, a empresa faturava com a venda de dispositivos para o monitoramento dos níveis de glicose no sangue.
A SD Biosensor e seus pares na Coreia do Sul foram os primeiros a produzir testes de Covid-19 em massa, já que o país foi o primeiro a sofrer o pior surto de coronavírus fora da China. A SD Biosensor, Seegene e duas outras empresas coreanas tiveram seu primeiro kit de teste aprovado pela KCDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia) em fevereiro de 2020. “Era um assunto urgente, por isso era importante responder rapidamente”, afirmou Chun Jong-yoon, chefe-executivo da Seegene, em entrevista à Forbes Korea realizada em março de 2020. “O fato de que a KCDC aprovou isso em duas semanas foi sem precedentes”. Chun, que é o maior acionista da Seegene com uma participação de 18,21% e patrimônio líquido estimado em US$ 690 milhões.
Antes da SD Biosensor, Cho fundou a SD (Standard Diagnostics), em 1999. Em 2010, ele vendeu uma parte de sua participação na SD para Inverness Medical Innovations, com sede em Massachusetts, e desmembrou o negócio de dispositivos biossensores, que usa material biológico como anticorpos para diagnosticar doenças, para criar a SD Biossensor. Antes de iniciar a SD, Cho, que tem doutorado em medicina veterinária pela Universidade Nacional de Seul, trabalhou na empresa farmacêutica coreana Green Cross.
Dois outros bilionários na lista dos 50 mais ricos da Coreia – Seo Jung-jin e Shin Dong-guk – também fizeram fortuna no setor de saúde. Seo, que fundou a farmacêutica Celltrion em 2002, liderou o ranking de riqueza da Coreia deste ano com um patrimônio líquido de US$ 12,5 bilhões. No ano passado, a Celltrion desenvolveu um tratamento com anticorpos contra a Covid-19, que foi aprovado condicionalmente na Coreia do Sul em fevereiro, aguardando os resultados dos ensaios clínicos da fase três.
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