A ação do Enjoei recuava 10,72% às 11h38 da manhã de hoje (16), após a companhia reportar prejuízo líquido de R$ 30 milhões no segundo trimestre deste ano, dez vezes maior que a perda registrada no mesmo período de 2020, de R$ 2,7 milhões.
Segundo a analista da XP, Danniela Eiger, o prejuízo foi maior que o esperado, mas é fruto de um forte investimento que “deve ser traduzido em resultados [positivos] ao longo do tempo.”
A receita bruta da empresa fechou o trimestre em R$ 30,8 milhões, 62% maior que os R$ 18,9 milhões do mesmo período do ano anterior. Em entrevista à Forbes, Tie Lima, CEO da companhia, afirmou que “35% da receita vem de usuários que compram mais de seis vezes no mesmo mês, ou seja, aqueles que realizam mais de uma compra por semana.”
Já os novos compradores subiram 29% no período, fechando junho em 181 mil. O ticket médio dos clientes é de R$ 120. Já o número de novos vendedores também subiu para 215 mil, crescimento de 124% contra os 96 mil do ano passado.
Ainda segundo o balanço da empresa, o aplicativo do Enjoei foi baixado 5,1 milhões no segundo trimestre, 436% maior que os 944 mil downloads do mesmo período de 2020. De acordo com o levantamento do RankMyApp, a companhia foi o sexto aplicativo de compras mais procurados na PlayStore e na App Store no primeiro semestre de 2021.
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Lima afirma que o maior desafio da companhia é otimizar o processo de vendas. “As pessoas primeiro precisam decidir o que vender, depois tirar foto, anunciar, fazer negócio e por fim colocar no correio; queremos otimizar esse processo, pois à medida que a gente cresce em número de vendedores, a nossa capacidade de gerar liquidez fica maior”, avalia o executivo.
A companhia planeja criar um frete acessível para vender em todo o Brasil, ampliando a logística de cobertura, e otimizando o processo de entrega. Além de focar nos clientes que costumam vender duas a três peças por mês.
As despesas com marketing atingiram R$ 15,1 milhões no 2º trimestre, 62% maior que o 1º trimestre, “em linha com nossa estratégia de sustentação do ritmo de aquisição de novos usuários e fortalecimento da marca”, apontou o balanço financeiro.
Para a analista da XP, o maior desafio do Enjoei é fazer “os investidores aprenderem e entenderem o negócio da companhia, principalmente dado que é algo ainda sendo construído”. O Enjoei está em operação há 12 anos.
Danniela avalia “que a tendência de prejuízo deve continuar no curto prazo, mas é importante monitorar indicadores como LTV/CAC [receita média que um cliente x custo de conquistar novos clientes] para entender a sustentabilidade do negócio daqui para frente”.
De acordo com um levantamento do Yubb, o Enjoei foi a small caps com pior desempenho em julho, acumulando desvalorização de 25,41%. Desde o seu IPO, em 9 de novembro, a ação da companhia acumula perda de 32,60%.
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