Os gastos do setor público consolidado com juros saltaram a R$ 45,119 bilhões, frente a R$ 5,838 bilhões no mesmo mês do ano passado, num reflexo do peso para as contas do governo de variáveis como inflação e Selic mais altas.
Este foi o pior dado para o mês desde julho de 2015, quando os juros nominais alcançaram R$ 62,753 bilhões.
Segundo o Banco Central, o dado foi também influenciado pelo resultado desfavorável com operações de swap cambial no período: a perda foi de R$ 8,9 bilhões em julho deste ano, contra um ganho de R$ 16,3 bilhões em igual período de 2020.
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Diante do avanço de preços na economia, embalado por fatores como o aumento da energia elétrica e do preço de commodities, o BC já elevou a taxa básica de juros a 5,25% ao ano, ante mínima histórica de 2% no início do ano. E a sinalização é de mais apertos pela frente para ancorar as expectativas de inflação, que têm se distanciado das metas estabelecidas pelo governo.
Agentes do mercado já preveem um IPCA de 7,27% este ano e 3,95% no ano que vem, conforme boletim Focus mais recente, sendo que as metas são de 3,75% e 3,50%, respectivamente, nos dois casos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual acima ou abaixo.
DÉFICIT PRIMÁRIO
O BC também divulgou nesta terça-feira que o setor público consolidado brasileiro teve déficit primário de 10,283 bilhões de reais em julho, com o rombo em 12 meses passando a 2,89% do PIB (Produto Interno Bruto). Em pesquisa Reuters, a expectativa era de um déficit menor para o mês, de 6,65 bilhões de reais. Em julho do ano passado, o déficit foi de R$ 81,071 bilhões, impulsionado pelos gastos ligados ao enfrentamento da crise de Covid-19.
Desta vez, o rombo veio por um déficit primário de R$ 16,842 bilhões do governo central e de R$ 786 milhões das estatais federais, ao passo que governos regionais tiveram superávit de R$ 7,345 bilhões. Em julho, a dívida pública bruta ficou em 83,8% do PIB, sobre 83,9% em junho. A dívida líquida, por sua vez, caiu a 60,3% do PIB, ante 60,8% no mês anterior, influenciada principalmente pelo aumento do PIB nominal, apontou o BC.
A expectativa do mercado, segundo pesquisa Reuters, era de dívida bruta de 83,7% e dívida líquida de 60,6% do PIB. (com Reuters)
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