O Ibovespa opera em queda no início do pregão de hoje (20), com recuo de 0,75%, a 116.280 pontos perto das 10h12, horário de Brasília. Os mercados globais operam mais um dia com cautela frente aos impactos da variante Delta nas economias e perspectivas de retirada de estímulos por parte dos bancos centrais. No Brasil, as atenções dos investidores se voltam para a turbulência política em Brasília.
No radar corporativo, a temporada de balanços chega ao fim com cerca de 67% das empresas apresentando resultados em linha ou acima do esperado pelo mercado, segundo apuração do Forbes Money. Entre os destaques positivos está a Petrobras, que apresentou lucro líquido de R$ 42,8 bilhões entre abril e junho, e superou em 36 vezes o montante dos primeiros três meses do ano (R$ 1,17 bilhão).
Em Brasília, a reforma do imposto de renda segue como ponto de tensão entre os Três Poderes. A matéria encontra resistência para votação na Câmara dos Deputados, e membros do Executivo consideram que o texto pode sair da pauta diante das divergências. O ministro da Economia, Paulo Guedes, no entanto, não considera abandonar o projeto. Segundo reportagem do Estado de S. Paulo, ele deve se reunir na semana que vem com a oposição do Congresso em busca de um acordo.
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O Orçamento de 2022 também ganha atenção nesta sexta-feira. Ainda hoje, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve sancionar ou vetar o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, a questão é vista como sensível frente ao desgaste na relação do governo com os parlamentares. O time econômico segue engajado também na aprovação da PEC dos Precatórios, que pode liberar R$ 33,5 bilhões do Orçamento e viabilizar o programa de transferência de renda do governo, mas adiciona flexibiliza as regras fiscais.
Em meio à expectativa de redução de estímulos pelo Federal Reserve já em 2021 e com os ruídos político e fiscal no cenário doméstico colaborando para a aversão a risco dos investidores, o dólar avança frente ao real nos primeiros negócios do dia. Às 10h12, a divisa era negociada em alta de 0,84%, a R$ 5,4676.
Nos Estados Unidos, os futuros dos principais índices de ações indicam abertura em leve baixa, em meio a preocupações com o futuro da política monetária do país.
Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, conta que a deterioração do humor do investidor é causada por dois principais fatores: a perspectiva da retirada de estímulos pelo Fed e uma piora na pandemia no mundo. “[Há] uma preocupação se isso poderia fazer com que a retomada das economias perdesse impulso ao mesmo tempo que os bancos centrais reduzam as suas medidas de apoio, e isso acaba gerando uma visão menos construtiva para o mercado.”
As ações europeias operam em queda nesta sexta-feira, em mais um dia de preocupações com a variante Delta, após dados econômicos da Alemanha e do Reino Unido. A economia alemã indicou uma recuperação duradoura para o terceiro trimestre, depois que o PIB (Produto Interno Bruto) expandiu 1,5% no trimestre de abril a junho, disse o Ministério das Finanças nesta sexta-feira. O resultado vem após a economia encolher 2,1% nos primeiros três meses do ano em comparação com o trimestre anterior.
Enquanto isso, os volumes de vendas no varejo do Reino Unido caíram 2,5% em julho ante o mês anterior, a maior queda desde janeiro, quando o país retomou os lockdowns. Economistas ouvidos pela Reuters esperavam um aumento de 0,4%. O índice Stoxx 600 cai 0,17%; na Alemanha, o DAX recua 0,35%; enquanto o CAC 40 desvaloriza 0,21% na França; na Itália, o FTSE MIB é negociado em baixa de 0,51%; e o FTSE 100 cai 0,12%, no Reino Unido.
Na Ásia, as Bolsas fecharam em queda, sob preocupações de novas regulações do governo chinês sobre as empresas de tecnologia. A China manteve sua taxa básica de juros inalterada pelo 16º mês consecutivo – em 3,85% no prazo de um ano, e em 4,65%, em cinco anos -, mas isso não diminuiu as expectativas de que as autoridades devem aumentar os estímulos para conter uma desaceleração na segunda maior economia do mundo.
O índice Shanghai, da China, caiu 1,10%; o Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 1,84%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou em queda de 0,54%; enquanto no Japão, o índice Nikkei recuou 0,98%.
Os contratos futuros do minério de ferro negociados em Dalian registraram um leve ganho nesta sexta-feira, mas engataram o quinto declínio semanal consecutivo, diante da inquietação do mercado com as perspectivas de demanda na China, maior produtora de aço do mundo. O contrato mais negociado do minério de ferro na bolsa de commodities de Dalian, para janeiro de 2022, fechou o dia em alta de 0,3%, a 777,50 iuanes (US$ 119,64) por tonelada, mas cedeu 8% no acumulado da semana.
Os preços do petróleo recuam nesta sexta-feira e caminham para uma perda semanal de mais de 6%, já que novos bloqueios em países que enfrentam casos crescentes da variante Delta amortecem as perspectivas para a demanda de combustível.
“A propagação da variante Delta em meio à moderação do crescimento econômico e as perspectivas de uma política monetária mais rígida estão criando ondas de curto prazo no mercado de commodities”, disseram analistas de commodities da ANZ em uma nota à Reuters. Por volta das 10h00, o petróleo Brent caía 1,47%, para negociação a US$ 65,47 por barril, enquanto o WTI, recuava 1,54%, a US$ 62,52 o barril. (com Reuters)
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