O Ibovespa opera em alta no início do pregão de hoje (2), com avanço de 0,58% aos 122.508 pontos perto das 10h10 no horário de Brasília. O mercado doméstico se prepara para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), cuja decisão será divulgada na próxima quarta-feira (4) com perspectiva de aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros. Nos mercados globais, o dia é marcado pelos dados de atividade manufatureira dos países referentes ao mês de julho.
Em Brasília, o Congresso retorna do recesso com novos tópicos na agenda econômica. O governo volta a discutir o Orçamento de 2022, a fim de tratar do pagamento de R$ 90 bilhões em precatórios e da ampliação do Bolsa Família. Além disso, a reforma tributária e a CPI da Covid-19 voltam ao radar do mercado.
Com relação aos indicadores, o levantamento semanal do Boletim Focus apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2021 agora é de 6,79%, contra 6,56% na semana anterior, superando ainda mais o teto da meta, de 5,25%. A pesquisa mostrou ainda que a taxa básica de juros deve terminar, em 2021 e em 2022, a 7,0% ao ano, sem variações em relação à semana anterior.
Para o PIB (Produto Interno Bruto), a estimativa de crescimento passou a 5,30% este ano. Com relação à taxa de câmbio, o mercado acredita no dólar cotado a R$ 5,10 para o fim do ano, ante R$ 5,09 na semana anterior.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) acelerou a alta a 0,92% em julho após subir 0,64% no mês anterior, com os preços de Habitação e Educação registrando fortes avanços, segundo a FGV (Fundação Getulio Vargas) informou nesta segunda-feira. Em 12 meses, o índice passou a acumular alta de 8,76%.
As indústrias brasileiras ampliaram para um nível recorde os estoques de bens finais em julho, acompanhando o aumento da demanda. Segundo a IHS Markit, o índice subiu em julho para 56,7, de 56,4 em junho, maior patamar em cinco meses e acima da média de longo prazo, com todas as três áreas monitoradas registrando crescimento, de acordo com a pesquisa do PMI (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) divulgada nesta segunda-feira.
O dólar recua ante o real nesta sexta-feira, refletindo a fraqueza internacional da moeda norte-americana e expectativas de alta da taxa Selic na próxima reunião do Copom do Banco Central do Brasil. Às 10h10, a moeda era negociada em baixa de 1,37%, a R$ 5,1382.
Os futuros dos Estados Unidos apontam para uma abertura em alta, com avanços no acordo bipartidário para o pacote de infraestrutura de US$ 1 trilhão e resultados operacionais das empresas, ofuscando parcialmente as preocupações com a pandemia. A agenda econômica norte-americana ainda conta com a divulgação do PMI (Índice de Gerentes de Compras) às 10h45, que vai mostrar a atividade manufatureira do país em julho.
Paula Zogbi, Analista de investimentos da Rico, conta que o grande destaque da agenda dessa semana será a divulgação, na sexta-feira (6), do Payroll (relatório de emprego), que ajuda a projetar o que esperar das decisões de política monetária do Federal Reserve. “O dado mais recente de emprego nos EUA, os pedidos semanais de auxílio-desemprego, ajudaram a sustentar o discurso de que ainda não é necessário diminuir os estímulos à economia, junto com dados de inflação de junho abaixo do esperado.”
As Bolsas europeias são negociadas em alta, em meio a resultados operacionais positivos das empresas, que impulsionaram os preços das ações. O PMI final do IHS Markit da Zona do Euro para a indústria caiu a 62,8 em julho, de uma máxima recorde em junho de 63,4, mas acima da preliminar de 62,6. O resultado mostrou que a atividade manufatureira continuou a expandir a um ritmo forte, já que a reabertura da economia levou ao aumento da demanda, mas gargalos de oferta elevaram os preços dos insumos.
O Stoxx 600 cresce 0,33%; na Alemanha, o DAX sobe 0,09%; o CAC 40 valoriza 0,77% na França; na Itália, o FTSE MIB é negociado em alta de 0,22%; enquanto no Reino Unido, o FTSE 100 avança 0,51%.
Por fim, os mercados asiáticos fecharam o dia com ganhos, com o arrefecimento das pressões regulatórias da China. A Comissão Reguladora de Valores do país afirmou que cooperaria com Washington nas listagens nos EUA, depois da SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, na sigla em inglês) informar que aumentaria o escrutínio das empresas chinesas que pretendem vender ações no seu mercado.
Além disso, o PMI de indústria do Caixin/Markit da segunda maior economia do mundo caiu a 50,3 no mês passado de 51,3 no mês anterior, nível mais baixo desde abril de 2020. A queda foi provocada pela demanda, que contraiu pela primeira vez em mais de um ano, em parte devido aos preços altos de produtos.
Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora, explica que algumas restrições da oferta de insumos têm atrapalhado a expansão dos negócios, mas acredita que a demanda também esfria. “Apesar desse dado ter vindo abaixo do esperado, o mercado seguiu positivo, porque interpretou que o BC do país deve continuar sua política de estímulos monetários para fazer a economia girar.”
O Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,06%; o BSE Sensex, de Mumbai, fechou em alta de 0,69%; enquanto no Japão, o índice Nikkei valorizou 1,82%; e na China, o índice Shanghai, avançou 1,97%.
Os contratos futuros de metais ferrosos negociados na China recuaram nesta segunda-feira, depois de Pequim atualizar suas posições em relação aos trabalhos para redução de emissões de carbono, gerando temores de que possa haver ajustes nos cortes de produção de aço no país. O contrato mais negociado de aço na Bolsa de Xangai, para entrega em outubro, terminou a sessão em baixa de 5,6%, a 5.414 iuanes/tonelada, enquanto a referência do minério de ferro da Bolsa de Dalian engatou a quinta sessão consecutiva de perdas, fechando em queda de 0,9%, a 1.054 iuanes por tonelada
Os preços do petróleo operam em queda nesta segunda-feira devido às preocupações com a economia da China, após o resultado do PMI, que mostrou uma desaceleração no ritmo de crescimento da atividade fabril no segundo maior consumidor de petróleo do mundo, preocupação agravada por um aumento na produção de petróleo dos produtores da Opep+.
“A China está liderando a recuperação econômica na Ásia e se a retração se aprofundar, crescerão preocupações de que a perspectiva global terá um declínio significativo”, disse Edward Moya, analista sênior da OANDA à agência Reuters. Por volta das 9h50, os futuros do petróleo Brent caíram 1,05%, a US$ 74,62 o barril, enquanto o WTI recuava 1,14%, a US$ 73,11. (com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.