O Ibovespa encerrou hoje (27) em alta de 1,65%, a 120.677 pontos, repercutindo o otimismo no exterior e a trégua no contexto político doméstico, embora a crise hídrica siga no radar dos investidores. Na semana, o índice acumulou ganhos de 2,2%.
A bolsa brasileira foi beneficiada pelo firmas ganhos das ações da Vale (VALE3), de 2,50%, em movimento que acompanha o avanço do minério de ferro e a expectativa de reposição de estoques na China. “A commodity reflete as últimas estimativas de produção global da Fitch”, diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. “Segundo o relatório, o crescimento será em média de 3,6% no período de 2021 a 2025. De acordo com a pesquisa, isso aumentará a produção anual em 571 milhões de toneladas até 2025 frente aos níveis atuais”, comenta.
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Nos indicadores do dia, o ICI (Índice de Confiança da Indústria) perdeu 1,4 ponto em agosto, a 107 pontos, sua primeira queda desde abril deste ano. Já o IPP (Índice de Preços ao Produtor) subiu 1,94% em julho, na comparação mensal, a maior variação dos últimos três meses, segundo divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) hoje. Também foi divulgada hoje pela Aneel a intenção de aumentar a bandeira tarifária em até 58%, com valor final que será divulgado até a próxima terça-feira e irá vigorar em setembro.
Os mercados acompanharam também nesta sexta-feira o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, no simpósio de Jackson Hole. Powell indicou que a redução do programa de compra de títulos de US$ 120 bilhões deve ter início ainda neste ano, mas que a abordagem irá depender do contexto de riscos econômicos e das condições sanitárias no país com o avanço da variante Delta da Covid-19.
Em seu discurso, Powell explicou o porquê avalia que a aceleração da inflação é transitória citando uma lista de fatores, desde gargalos na oferta – que provavelmente diminuirão – até à globalização, que atua como uma âncora para os preços. Para ele, embora o ritmo acelerado dos preços seja “um motivo de preocupação”, também seria prejudicial se o Fed se precipitasse com qualquer mudança de política monetária.
Repercutindo o tom “dovish” do banco central norte-americano, os índices em Wall Street fecharam em alta nesta sexta-feira. O Dow Jones subiu 0,69%, a 35.455 pontos; o S&P 500 avançou em 0,88%, a 4.509 pontos; e o Nasdaq registrou alta de 1,23%, a 15.129 pontos.
Foram divulgados hoje os gastos do consumidor de julho nos Estados Unidos, registrando um aumento de 0,3%, em linha com o esperado por economistas, e o índice de inflação PCE (Despesas de Consumo Pessoal), que, excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, subiu 0,3% em julho, após avançar 0,5% em junho. Nos 12 meses até julho, o chamado núcleo do PCE avançou 3,6%, após alta semelhante em junho. O núcleo do PCE é a principal medida de inflação para a meta flexível de 2% do Federal Reserve.
A cotação do dólar fechou em queda de 1,20%, a R$ 5,1935 na venda, influenciada principalmente pelas falas de Jerome Powell no simpósio de hoje. “O Fed ressaltou mais uma vez que o início do ‘tapering’ não quer dizer que estamos mais próximos de aumentos de juros, e isso faz com que o mercado tenha uma visão ainda mais tranquila quanto ao início da redução de estímulos, podendo ter reação menos volátil”, comentou Mauro Morelli, estrategista-chefe da Davos Investimentos. (Com Reuters)
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