O Ibovespa manteve o movimento negativo dos últimos dias e fechou em queda de 1,07%, a 116.642 pontos. O cenário de cautela no exterior, com Wall Street reagindo negativamente à ata da última reunião do Federal Reserve, o exercício de opções sobre o Ibovespa e o adiamento da votação da reforma do imposto de renda (IR) prejudicaram o desempenho da Bolsa brasileira, que agora acumula recuo de 1,99% neste ano.
No Congresso, a tributação dos dividendos – prevista na segunda parte da reforma tributária – segue causando desconforto entre os parlamentares, que advogam por um escalonamento na alíquota cobrada dos investidores. A demanda, no entanto, enfrenta pouca abertura para negociação por parte do Ministério da Economia. O texto atual prevê a tributação dos dividendos em 20%. Ao mesmo tempo, governos estaduais e municipais apontaram que o texto da reforma implica em perdas de arrecadação, o que comprometeria a prestação de serviços locais.
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“A aviação é contra, o agronegócio é contra, a indústria é contra, o mercado financeiro é contra, a construção civil é contra. Todo mundo é contra. Não tem como aprovar um negócio nesse ambiente aqui na Casa”, afirmou o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), em entrevista à Reuters nesta tarde.
Vale (VALE3) e Usiminas (USIM5) estão novamente entre os destaques negativos do pregão, com quedas de 3,72% e 4,73%, respectivamente, após um novo recuo nos preços do minério de ferro na China. No caso da Vale, pesou também o pedido de bloqueio de bens da companhia e da BHP feito pelo Ministério Público de Minas Gerais no valor da dívida da Samarco, que soma R$ 50,7 bilhões.
Já entre os maiores avanços do dia estão os papéis da Cogna (COGN3), do setor de educação, que subiram 4,52% e se beneficiaram dos bons resultados divulgados na segunda-feira (16) em seu balanço do segundo trimestre, ancorados principalmente em sua divisão de ensino superior, a Kroton.
Nos Estados Unidos, o registro da reunião do Fed, divulgado nesta tarde, mostrou que a autoridade monetária dos Estados Unidos avalia antecipar para este ano a redução no programa de compra de títulos de US$ 120 bilhões, que vigora desde o início da pandemia como instrumento de estímulo econômico no país.
Os índices norte-americanos fecharam em baixa diante do tom “hawkish” (de aperto monetário) do documento, com o Dow Jones caindo 1,08%, a 34.960 pontos; o S&P 500 recuou 1,07%, a 4.400 pontos e o Nasdaq registrou queda de 0,89%, a 14.525 pontos.
O dólar subiu 1,94% nesta quarta-feira e fechou a R$ 5,3751 na venda, a maior cotação desde maio, com uma onda de compras da moeda refletindo uma forte aversão ao risco fiscal no Brasil. O real amargou, com larga diferença, o título de moeda com pior desempenho no mundo nesta sessão, enquanto alguns de seus pares emergentes se valorizavam ou operavam em torno da estabilidade.
O ruído político doméstico tem ofuscado o impacto da positivo para o câmbio da perspectiva de aumento dos juros no Brasil. A elevação dos juros tende a elevar a atratividade do mercado de renda fixa local e a pressionar o dólar para baixo.
“Em condições normais, sem as perturbações de natureza política presentes, a sinalização de ajuste dos juros seria um antídoto forte contra a elevação do preço do dólar no país. No entanto, a insegurança sobre a insuficiência do ajuste, que tem sido feito tardiamente, retira esse efeito antecipado no mercado cambial, que fica mais volátil e se mostra resistente na manutenção do preço”, escreveu Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora. (Com Reuters)
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