O Ibovespa fechou hoje (3) com valorização de 0,87%, a 123.576 pontos. As ações da Vale (VALE3) foram novamente determinantes para o resultado do pregão – os papéis subiram 3,41% graças à forte alta dos contratos futuros do minério de ferro negociados na China, que foram impulsionados por especulações de uma flexibilização dos cortes de produção de aço no país asiático.
A Bolsa brasileira passou a maior parte do dia em movimento de baixa, reagindo ao risco fiscal relacionado aos planos do Executivo de aumentar o valor do Bolsa Família em um cenário orçamentário apertado. “O mercado segue preocupado, pois ainda não foi apresentado um plano de redução de despesas ou mesmo uma contrapartida de receita plausível para financiar esse aumento”, diz Rafael Ribeiro, da Clear Corretora.
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A produção industrial brasileira ficou estagnada em junho diante ainda dos efeitos da pandemia sobre o processo de produção e na economia, permanecendo no patamar pré-crise, mas fechando o segundo trimestre com fortes perdas, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados hoje.
O índice industrial encerrou o segundo trimestre com queda de 2,5% sobre os três meses anteriores. Em relação a junho de 2020, foi registrado avanço de 12,0% na produção. Os resultados ficaram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters de estabilidade no mês e avanço de 11,8% na base anual. “O resultado é um reflexo da queda de bens duráveis, levada especialmente pela crise de insumos na indústria automobilística, de um lado, e pelo desempenho positivo de bens de capital na categoria industrial, do outro”, diz Rachel de Sá, chefe de economia da Rico.
“Apesar de desafios ligados a desequilíbrios na cadeia de produção global, os investimentos em máquinas e equipamentos vão em linha da retomada da atividade, da demanda global e dos índices de confiança no setor produtivo. Essa dinâmica traz viés positivo para a indústria nos próximos meses, mas riscos ligados ao preço e disponibilidade de insumos (como aço e energia) devem seguir monitorados”, acrescenta.
Em Wall Street, as bolsas também fecharam no verde, com o índice S&P 500 atingindo nova máxima histórica de 4.423 pontos após avançar 0,82%. O Dow Jones teve alta de 0,80%, a 35.116 pontos, e o Nasdaq subiu 0,55%, a 14.761 pontos. Os papéis da Apple, da corretora Robinhood e do setor de saúde foram destaques do dia, apesar de preocupações com o avanço da variante Delta do coronavírus ofuscarem parte do brilho de uma temporada positiva de balanços corporativos.
Dez dos 11 setores do S&P fecharam em alta, com as ações de energia se recuperando após terem sido afetadas por uma queda nos preços do petróleo. “Mesmo que a pandemia continue a atingir várias áreas, os fechamentos generalizados das economias não vão acontecer. E acho que isso demonstra que os padrões de consumo estão super fortes, o que é o fator que realmente mantém os mercados em alta”, disse Jamie Cox, sócio-gerente do Harris Financial Group em Richmond, Virgínia.
O dólar reagiu aos ruídos políticos e subiu 0,51%, a R$ 5,1917 na venda, mas terminou o dia longe das máximas da sessão, com o mercado consolidando apostas de uma maior alta de juros na reunião de amanhã (4) do Copom, o que tornaria a moeda brasileira mais atraente para o investidor estrangeiro. Boa parte dos agentes do mercado aposta numa elevação de 1 ponto percentual da Selic; caso a previsão se confirme, essa será a quarta alta consecutiva da taxa e a mais acentuada desde fevereiro de 2003.
A decisão tem potencial para pressionar o dólar contra o real, mas a conjuntura política e fiscal pode limitar a desvalorização, afirma Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos. (Com Reuters)
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