O Ibovespa fechou em queda de 0,66%, a 122.202 pontos, após um dia de turbulências políticas e dados da inflação acima do esperado pelos investidores. A votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do voto impresso e o desfile militar em Brasília repercutiram negativamente no mercado.
“Os últimos dias foram marcados por um aumento do embate entre Executivo e Judiciário. Não podemos minimizar esses riscos, mas, por ora, o mercado parece encarar isso como ruído e algo esperado na aproximação de um ano eleitoral”, diz João Beck, economista e sócio da BRA. “Mesmo com instituições democráticas fortes, esse tipo de situação afasta o investidor estrangeiro e pressiona o dólar para cima”, acrescenta.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), divulgada hoje (10), mostrou que o Banco Central já planeja aumentos sucessivos da taxa Selic com o objetivo de manter a inflação de 2021 dentro da meta de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O IPCA de julho, também publicado nesta terça-feira, avançou 0,96% no mês e 8,99% no acumulado dos últimos 12 meses.
“Os bens industriais seguem em alta, puxados por desequilíbrios na cadeia de produção no Brasil e no mundo (como visto na falta de chips para automóveis) e por commodities minerais ainda pressionadas, além da alta da energia e da própria retomada econômica”, diz Rachel de Sá, chefe de economia da Rico.
Em Wall Street, o dia foi de avanços para o Dow Jones e S&P 500, que subiram 0,46% e 0,10%, a 35.264 e 4.436 pontos, respectivamente. Os dois índices foram impulsionados pela aprovação no Congresso norte-americano do pacote de infraestrutura de US$ 1 trilhão do presidente Joe Biden, e também pela alta do preço do petróleo, que fez as ações do setor de energia subirem.
O Nasdaq fechou em baixa de 0,49%, a 14.788 pontos, puxado por gigantes como Microsoft, que recuou 0,66%, e Amazon, que registrou queda de 0,63%.
O dólar caiu 0,96% nesta terça e fechou o dia a R$ 5,1967 na venda, um reflexo das intenções do Banco Central de manter o ritmo de crescimento da taxa Selic, aumentando assim o diferencial de juros entre o Brasil e o exterior.
Falas do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, ressaltando o compromisso do BC com a meta de inflação e demonstrando atenção à volatilidade da taxa de câmbio, corroboraram um viés mais vendedor de dólares.
“O BC está tentando entregar sua credibilidade, e ao longo da tarde isso fez preço no dólar”, disse Luca Maia, estrategista de câmbio e juros para América Latina do BNP Paribas. “O BC não desistir da meta de inflação indica juros mais altos à frente, e acredito que esse aumento do carrego do real vai fazer a moeda norte-americana cair a R$ 4,75 até o fim do ano”, acrescentou. (Com Reuters)
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.