Mesmo com a reabertura das lojas físicas e a aceleração da vacinação, as companhias de varejo online seguem registrando aumento de vendas online. Segundo dados do último balanço, 56% das vendas da Via Varejo são feitas pela plataforma digital, bem acima dos 30% pré-pandemia.
“Agora os vendedores estão animados com as vendas online, uma boa parte das minhas comissões é dessas vendas”, diz Karina Ferreira Dias, vendedora de uma loja da Via Varejo na região metropolitana de São Paulo. A Via Varejo não demitiu vendedores durante os períodos de fechamento das lojas.
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A estratégia do Magazine Luiza é similar. “Durante a pandemia, os vendedores do Magazine Luiza começaram a vender através de um aplicativo. Eles recebem comissões em todas as vendas, seja online, de produtos de terceiros no nosso marketplace, ou vendas presenciais,” disse Eduardo Galanternick, vice-presidente de negócios da companhia.
Desde o início da pandemia, os varejistas mais bem sucedidos estão fazendo aquisições para aprofundar suas estratégias digitais. Magazine Luiza, Via Varejo e Lojas Renner levantaram, juntas, R$ 13 bilhões em ofertas de ações, e vêm usando os recursos principalmente para aquisições.
Magazine Luiza e Via Varejo têm uma estratégia de aquisições que reforça todas as áreas do e-commerce e financiamento para enfrentar crescente competição de rivais como o Mercado Livre, uma das empresas latino-americanas de maior valor de mercado, Amazon.com e até AliExpress. Ambas construíram grandes marketplaces com dezenas de milhares de lojistas oferecendo produtos.
No mês passado, a Via Varejo concluiu a aquisição da fintech Celer para aumentar a oferta de produtos em seu aplicativo de crédito e conta digital Banqi. Desde o ano passado, comprou seis empresas e até criou um fundo de venture capital que investirá R$ 200 milhões nos próximos cinco anos em startups.
O Magazine Luiza comprou 12 empresas ano passado, das quais nove eram empresas de tecnologia. Até agora neste ano, adquiriu dez empresas, incluindo companhias de logística, fintechs e e-commerces especializados em nichos como beleza, alimentos e videogames.
As empresas estão reforçando seu serviço “omnichannel” aos consumidores, que permite flexibilidade, desde entregas rápidas a busca de produtos na loja. As lojas físicas podem ser uma arma competitiva contra as gigantes mundiais do e-commerce. O Magazine Luiza, por exemplo, abriu 23 lojas no Rio de Janeiro no mês passado e espera chegar a 50 novos pontos de venda até o fim do ano.
Mas a pandemia também teve forte impacto sobre os varejistas menos preparados. Empresas com estratégias digitais fracas e sem liquidez acabaram entrando em recuperação judicial, como a Saraiva Livreiros e a rede de eletroeletrônicos Maquina de Vendas, e analistas acreditam que a chance de saída da recuperação é baixa.
“A pandemia separou ganhadores e perdedores no varejo, e o que as empresas fizeram durante esse período vai definir seu futuro”, disse Ricardo Lacerda, presidente-executivo do banco de investimentos BR Partners, que assessorou alguns dos grandes negócios de varejo neste ano. (com Reuters)
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