Autoridades do Banco Central Europeu ainda veem o salto recente da inflação como temporário, mas um crescente número delas parece estar reconhecendo o risco de que o aumento dos preços possa superar suas projeções relativamente benignas.
A inflação atingiu 3% no mês passado, bem acima da meta de 2% do BCE, e pode chegar a 3,5% até novembro, mas o banco vê então uma queda rápida que pode levar a alta dos preços para abaixo de 2% por anos.
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O aumento nos preços de commodities, gargalos de oferta e sinais crescentes de escassez de mão de obra, entretanto, são obstáculos para esse perfil dos preços ao consumidor.
O vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, defendeu esse cenário do BCE, mas destacou os riscos de alta e alertou que o banco precisa ser “muito vigilante” em relação ao risco de que as altas temporárias de preços possam se tornar permanentes.
“Alguns países na Europa têm aposentadorias e salários de autoridades públicas indexados à inflação”, disse de Guindos em conferência online com o “Financial Times”.
“Isso precisa ser evitado porque, se há uma indexação clara da economia à evolução de um choque temporário…pode-se converter essa evolução temporária de alta da inflação a algo que seja muito mais permanente. E isso é algo que devemos evitar.”
O presidente do banco central da Grécia, Yannis Stournaras, reconheceu que o aumento real dos preços pode superar a projeção do BCE, mas argumentou que isso não deveria forçar o banco a apertar a política monetária.
“Aceitamos que há um risco de alta em relação à inflação”, disse Stournaras ao Politico em entrevista. “No passado, entretanto, projetamos para cima a inflação, esperando que isso a levasse em direção a 2% no médio prazo.”
(Com Reuters)
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