Apesar de ser o seguro mais popular do Brasil e representar 44,8% do mercado, as apólices de automóveis estão longe de proteger toda a frota nacional. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), apenas 15,6% dos carros que circulam pelo país estão segurados. Para ampliar o acesso a esse tipo de proteção, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) pretende mudar as normas e torná-lo mais flexível e simples. Entre as novidades está a possibilidade de o seguro ser contratado mesmo sem identificação exata do veículo, uma solução interessante para motoristas de aplicativos e adeptos do compartilhamento de automóveis. Também será possível a livre combinação de coberturas, a exclusão de limite para a caracterização de indenização integral e a liberdade para critério de cobertura de veículo zero-quilômetro, entre outras mudanças, mais adequadas aos novos hábitos de mobilidade do brasileiro.
“A tecnologia e as soluções inovadoras contribuem diariamente para um aprimoramento da experiência do consumidor e a facilidade de comunicação, com reportes imediatos pelas mais variadas plataformas e meios. Ter esse consumidor satisfeito e com uma boa experiência estreita os relacionamentos e nos permite entender melhor os anseios do mercado para fazer os ajustes necessários nas nossas operações, produtos e serviços oferecidos”, comenta o CEO da Porto Seguro, Roberto Santos.
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Líder, com mais de 27% do mercado de seguro de carro, a Porto está estudando a nova regulamentação para verificar a viabilidade econômica de uma apólice atrelada à carteira nacional de habilitação (CNH). Enquanto isso, testa em projeto piloto o Bllu, um seguro por assinatura emitido e operado pela Azul Seguros, uma das empresas do grupo. Direcionada a veículos de até R$ 50 mil, a assinatura tem contratação online e pagamento mensal, o que permite que o cliente mantenha o seguro pelo período que precisar.
Pioneira no mercado no oferecimento de assinaturas de veículos no país, desde que lançou em 2016 o Carro Fácil, a Porto Seguro tem verificado o crescimento constante desse modelo como solução de mobilidade. Em 2020, o Carro Fácil registrou um crescimento de 36%, comparado ao ano anterior.
Enquanto muitos brasileiros deixaram o carro na garagem e aderiram ao home office durante a pandemia, a seguradora Allianz fez uma movimentação que reconfigurou o mercado de seguros de automóveis no Brasil. Ao comprar e consolidar a carteira de seguros de auto e massificados da SulAmérica, em julho do ano passado, a companhia saltou seis posições no ranking e encerrou 2020 como a segunda maior do segmento, com participação de mercado de 14,3% e 3 milhões de veículos segurados.
“Dentro do cenário atual, a Allianz demonstrou plena confiança no mercado de seguros com a concretização de uma das maiores transações do setor, investindo R$ 3,2 bilhões na aquisição dessas operações”, afirma Eduard Folch, presidente da companhia. Para crescimento orgânico, o executivo aposta no equilíbrio entre produtos atrativos e preços competitivos. “Disponibilizamos seguros flexíveis e abrangentes, para que o canal de vendas possa ofertar a opção mais aderente ao segurado. Um único cálculo, por exemplo, gera seis ofertas. Desde a mais enxuta, que contempla responsabilidade civil facultativa, voltada exclusivamente a terceiros, até aquela mais parruda, com cobertura de R$ 1 milhão para danos corporais.”
Outras companhias seguem a mesma receita. “Temos investido em produtos personalizáveis e de maior simplicidade na contratação, por meio da utilização da tecnologia e com serviços agregados, com foco em aprimorar a experiência do cliente”, informa Ivan Gontijo, presidente da Bradesco Seguros. “Buscamos adaptar nosso portfólio aos novos modelos de contratação, além de buscar sinergia com a base de clientes do banco, estreitando o relacionamento do cliente com a seguradora por meio de produtos e serviços competitivos. Um bom exemplo é o nosso produto low cost, ou seja, o público que tem o seu primeiro contato com o seguro, com valores até 30% inferiores aos do Seguro Auto tradicional, mas sem prejuízo das coberturas e serviços essenciais.”
“A pandemia estimulou novos hábitos e permitiu o surgimento de outros perfis de consumidores, em busca por demandas cada vez mais segmentadas”, pondera José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine. “Diante disso, lançamos o Auto Popular na modalidade ‘Pague pelo tempo que ficou protegido’, já em linha com as diretrizes atuais da Susep de customização dos produtos. Esse novo modelo de comercialização permite que o consumidor interrompa o prazo de vigência do seguro como preferir, recebendo de volta o valor integral correspondente ao período não utilizado.”
Considerada especialista no desenvolvimento de produtos de nicho, a Argo Seguros lançou a primeira apólice de responsabilidade civil vinculada exclusivamente à carteira de habilitação. O produto é voltado a proteção de motoristas contra danos corporais e materiais causados a terceiros, até o limite de R$ 150 mil. A empresa calcula que o seguro tem potencial para atender mais de 10 milhões de brasileiros.
Reportagem publicada na edição 88, lançada em junho de 2021.
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