A taxa de desemprego voltou a recuar no Brasil no trimestre encerrado em julho diante do aumento no número de pessoas ocupadas, dando prosseguimento à retomada do mercado de trabalho, mas mais de 14 milhões de trabalhadores ainda estão sem emprego e os informais se destacam.
A taxa de desemprego caiu a 13,7% nos três meses até julho, de 14,1% no segundo trimestre, segundo os dados de hoje (30) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
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O resultado mostrou ainda queda na comparação com a taxa de 14,7% do trimestre imediadamente anterior, de fevereiro a abril, e também em relação ao mesmo período de 2020, quando foi de 13,8%. A expectativa em pesquisa da Reuters era de que a taxa fosse de 13,9% entre maio e julho.
Nesse período, o contingente de pessoas ocupadas aumentou 3,6% sobre o trimestre imediatamente anterior, chegando a 89,042 milhões. Em relação ao mesmo período de 2020, o aumento foi de 8,6%. Com isso, o nível de ocupação subiu 1,7 ponto percentual e chegou a 50,2%.
“Essa é a primeira vez, desde o trimestre encerrado em abril de 2020, que o nível de ocupação fica acima de 50%, o que indica que mais da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país“, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
“Mas no geral ainda há um caminho a ser percorrido na direção de recuperar o início de 2020, ou seja, antes da pandemia”, completou.
Já o número de desempregados no Brasil teve queda de 4,6% em relação aos três meses até abril, mas ainda atinge 14,085 milhões de brasileiros. Na comparação com o período de maio a julho de 2020, houve um aumento de 7,3%.
Aqueles que tinham carteira no setor privado somavam 30,631 milhões entre maio e julho, um aumento de 3,5% em relação ao trimestre anterior.
Trabalhadores informais
Mas os empregados sem carteira aumentaram 6,0% e eram 10,339 milhões na mesma base de comparação, o que indica aumento dos trabalhos informais – a taxa de informalidade subiu de 39,8% do trimestre móvel anterior para 40,8%, nos três meses encerrados em julho. O trabalho informal inclui aqueles sem carteira assinada, sem CNPJ ou trabalhadores sem remuneração.
“Eles (informais) continuam sendo os impulsionadores da ocupação, mas já há um crescimento da carteira ajudando na recuperação”, disse Berenguy.
De acordo com o IBGE, o trabalho por conta própria manteve a trajetória de crescimento e atingiu o patamar recorde de 25,2 milhões de pessoas, um aumento de 4,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
O trabalho doméstico aumentou 7,7% e somou 5,3 milhões de pessoas entre maio e julho, também um recorde da série histórica.
Entre as atividades econômicas, o crescimento da ocupação foi de 10,3% na construção, seguida por alojamento e alimentação (9,0%), serviços domésticos (7,7%), transporte, armazenagem e correio (4,9%), comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (4,5%) e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (3,2%).
“Algumas atividades recuperaram perdas de 2020, mas muitas ainda não. Qualquer recuperação passa pela superação das dificuldades impostas pela pandemia”, disse Berenguy.
O IBGE informou ainda que o rendimento médio real dos trabalhadores caiu 2,9% frente ao trimestre anterior e 8,8% em relação ao mesmo trimestre de 2020, ficando em R$ 2.508. (com Reuters)
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