O Ibovespa opera em alta no início do pregão de hoje (9), avançando 0,64%, a 114.140 pontos, por volta das 10h10, no horário de Brasília. Os investidores domésticos acompanham a continuidade da alta da inflação, bem como as paralisações da classe dos caminhoneiros pelo país. No exterior, as atenções estão concentradas na política monetária dos Estados Unidos e da zona do euro, enquanto as pressões regulatórias da China seguem no radar.
O dólar é negociado em baixa em relação ao real, mas acima da marca de R$ 5,30, em meio a tensões domésticas. Às 10h10, a divisa norte-americana era negociada em queda de 0,64%, a R$ 5,3091.
Nesta quinta-feira, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o índice oficial de inflação, subiu 0,87% em agosto, após alta de 0,96% no mês anterior. Em 12 meses, o indicador registra elevação de 9,68%, contra o acumulado de 8,99% até julho. Pesquisa da Reuters previa elevação de 0,71% em agosto, atingindo 9,50% em 12 meses.
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Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, destaca que a dinâmica dos núcleos que formam o IPCA também é ascendente e o acumulado em 12 meses já supera os 6%. “Assim, muito provavelmente incorporaremos a surpresa [dessa alta] à nossa projeção de final de ano, que deverá ser corrigida para um patamar acima de 7,7%.”
O Brasil também enfrenta uma paralisação de caminhoneiros por todo o território, diante de insatisfações com a alta no combustível. A classe manteve a interrupção das atividades em 15 Estados na manhã de hoje, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Infraestrutura às 8h30, mesmo após o presidente Jair Bolsonaro pedir pela desmobilização do movimento e a liberação dos locais onde há bloqueio.
No mercado externo, os índices futuros dos Estados Unidos apontam para uma abertura sem direção definida, após dados de seguro-desemprego no país, enquanto o mercado acompanha de perto indicadores que sinalizem os próximos passos da política de estímulos monetários do Federal Reserve.
Segundo o Departamento de Emprego, os EUA registraram 310 mil pedidos de auxílio-desemprego na semana encerrada em 4 de setembro, abaixo da previsão de 355 mil do mercado e dos 345 mil registrados na semana anterior.
Rachel de Sá, chefe de economia da Rico, conta que, na véspera, o Livro Bege do Fed relatou que os setores mais ligados à reabertura, como turismo e restaurantes, seguem em desaceleração, “diante de pressões inflacionárias ainda fortes, dificuldade de encontrar mão de obra e com cadeia global de suprimentos ainda não tendo retornado ao normal”.
Os índices europeus operam no vermelho, diante de discurso do BCE (Banco Central Europeu) sobre o futuro da política monetária na zona do euro. O Stoxx 600 perde 0,28%; o CAC 40 desvaloriza 0,01% na França; na Itália, o FTSE MIB é negociado em baixa de 0,09%; enquanto no Reino Unido, o FTSE 100 recua 1,18%; e na Alemanha, o DAX cai 0,12%.
O BCE reduzirá ligeiramente suas compras de títulos de emergência ao longo do próximo trimestre, segundo comunicado da autoridade monetária. Um passo simbólico para desfazer a ajuda econômica de emergência que sustentou o bloco durante a pandemia. No entanto, o anúncio não deu nenhum sinal de seu próximo movimento, como desfazer o PEPP (Programa de Compra de Emergência da Pandemia) de € 1,85 trilhão, que manteve os custos de empréstimos baixos para governos e empresas.
As Bolsas asiáticas fecharam sem direção definida, com investidores atentos à atuação dos reguladores chineses sobre o mercado de capitais.
Algumas empresas de videogame, como a Tencent e a Netease, foram convocadas para uma reunião com os reguladores, as questões discutidas incluíram as restrições no tempo de jogo para as crianças. Além disso, o setor sofreu mais uma queda após o veículo South China Morning Post afirmar que Pequim suspendeu temporariamente a aprovação de todos os novos jogos online no país.
O Hang Seng, de Hong Kong, caiu 2,30%; o BSE Sensex, de Mumbai, fechou em alta de 0,09%; e no Japão, o índice Nikkei desvalorizou 0,57%.
Enquanto isso, na China, o Shanghai Composite fechou em alta de 0,49%, após o índice de preços ao produtor subir 9,5% em agosto na comparação anual, conforme a Agência Nacional de Estatísticas. Resultado acima do avanço de 9,0% calculado em pesquisa da Reuters e da taxa de 9,0% medida em julho.
Já a inflação ao consumidor do país subiu 0,8% em agosto sobre o ano anterior, contra alta de 1,0% em julho e cálculo de 1,1% da Reuters, e abaixo da meta do governo chinês, de cerca de 3% para este ano.
Os contratos futuros de carvão metalúrgico e coque na China atingiram altas recordes nesta quinta-feira, impulsionados por temores de uma prolongada restrição no fornecimento de materiais siderúrgicos no país, maior produtor de aço do mundo. O carvão metalúrgico mais negociado de janeiro na Bolsa de Commodity de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 7,2%, a 3.049,50 iuanes (US$ 472) a tonelada. Já o contrato mais ativo de minério de ferro de Dalian em janeiro, caiu 2,7%, para 730 iuanes (US$ 113) a tonelada, o mais fraco desde fevereiro.
Enquanto isso, os preços do petróleo operam em queda nesta quinta-feira, com a variante Delta da Covid-19 pesando sobre as perspectivas da demanda. Por volta das 9h50, o petróleo Brent recuava 0,61%, para US$ 72,16 por barril, e o WTI perdia 0,71%, para negociação a US$ 68,81 por barril. (com Reuters)
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