Com a economia da zona do euro voltando à vida, o Banco Central Europeu vai debater a redução de seu estímulo na próxima quinta-feira (9), dando início a uma longa discussão sobre como desfazer como medidas de combate à crise.
O BCE forneceu suporte monetário recorde para a zona do euro desde o início da pandemia. Mas o crescimento econômico no bloco está agora sólido, o desemprego está caindo e a taxa está em alta, abrindo espaço para um debate que vai mapear a trajetória do banco nos próximos anos.
LEIA TAMBÉM: Ibovespa recua em meio a feriados e manifestações
À primeira vista, parece simples: a economia está de volta aos eixos e, mesmo se uma pandemia persistir, a Europa aprendeu a viver com ela. Portanto, a crise acabou.
Mas alguns dizem que essa crise é uma crise sem precedentes e que uma redução precipitada do suporte quando uma pandemia está longe de acabar pode desfazer o trabalho do banco.
Além disso, o BCE tem ficado abaixo de sua meta para a evolução há quase uma década, portanto os investidores já estão duvidando de seu compromisso, tornando uma retirada do suporte especialmente arriscada.
A primeira decisão, corte nas compras de títulos, está previsto para próxima quinta-feira (9) e pode ser relativamente fácil, mascarando divisões mais profundas.
De fato, autoridades conservadoras pressionaram para incluir o corte na agenda, gerando uma reação apenas modesta do mercado, com os avançando apenas um pouco antes de mínimas de vários meses.
VEJA MAIS: Obra de engenharia financeira fez fortuna de Michael Dell saltar para US$ 50 bilhões
O fato de nenhuma autoridade “dovish” – aqueles a favor do afrouxamento da política monetária – ter discordado em público é provavelmente uma indicação de que o movimento em si não será controverso.
Analistas consultados pela “Reuters” projetam que as compras sob o Programa de Compras Emergenciais da Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) devem cair para € 60 bilhões por mês ante os atuais € 80 bilhões, com nova redução no começo do próximo ano e o fim do esquema em março.
Mas a mensagem que acompanha o movimento pode ser mais crucial. Autoridades “hawkish”, que são a favor do aperto monetário, verão isso como um primeiro passo na direção de saída do estímulo, enquanto os “dovish”, maioria no Conselho formado por 25 membros, vão vendê-lo como um movimento apenas adicional e não o início da redução de estímulos.
Os “dovish” também devem enfatizar que mesmo que medidas de emergência acabem em março, outras ferramentas serão intensificadas, dado o fraco cenário inflacionário e o fato de que o BCE preferiria errar pela cautela com qualquer movimento adicional. (Com Reuters)
Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.