A atividade da economia brasileira contraiu em agosto pela primeira vez em três meses e com mais força do que o esperado, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central hoje (15), interrompendo a recuperação em um cenário repleto de incertezas no país.
O BC informou que seu IBC–Br (Índice de Atividade Econômica), considerado sinalizador do PIB, teve recuo de 0,15% em agosto na comparação com julho, segundo dado dessazonalizado.
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O resultado foi pior do que a expectativa em pesquisa da Reuters de perda de 0,05%.
Em um cenário de inflação e desemprego elevados, aumento de custos e restrições de oferta, além de alta na taxa básica de juros, a atividade voltou ao vermelho em agosto pela primeira vez desde maio.
Além disso, o resultado de julho foi revisado com força para baixo pelo BC, passando a um crescimento de 0,23% depois de ter informado originalmente avanço de 0,60%.
Na comparação com agosto de 2020, o IBC–Br avançou 4,74%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a uma alta de 3,99%, segundo números observados.
O cenário ainda é de fortes incertezas e ruídos políticos, com o ano eleitoral cada vez mais perto, e o país vem registrando ainda piora na confiança do consumidor e das empresas, apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19.
O BC passou a ver crescimento do PIB este ano de 4,7%, reduzindo a conta ante taxa de 4,6% antes, e em sua primeira projeção para a economia em 2022 calculou uma expansão de 2,1%.
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A autoridade monetária alertou que o ciclo de elevação da taxa básica de juros conduzido para domar uma inflação descrita como “intensa e disseminada” irá afetar a atividade no ano que vem.
Já os especialistas vêm piorando seu cenário para o crescimento do PIB brasileiro tanto para 2021 quanto para 2022, vendo taxas de crescimento respectivamente de 5,04% e 1,54% de acordo com a pesquisa Focus do BC.
Em agosto, tanto a indústria quando o varejo pesaram negativamente sobre a atividade no Brasil. A produção industrial teve queda de 0,7% em relação ao mês anterior, acumulando em três meses perdas de 2,3% e permanecendo quase 3% abaixo do nível pré-pandemia.
Já as vendas no varejo tiveram em agosto queda inesperada de 3,1%. Por outro lado, o volume do setor de serviços no Brasil cresceu 0,5% em agosto, no quinto mês seguido positivo que levou o setor ao patamar mais elevado em quase 6 anos. (Com Reuters)
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