O volume do setor de serviços no Brasil cresceu em agosto de acordo com as expectativas, no quinto mês seguido positivo que levou o setor ao patamar mais elevado em quase 6 anos.
Em agosto, o volume de serviços registrou alta de 0,5% na comparação com julho, igualando a expectativa em pesquisa da Reuters e acumulando em cinco meses avanço de 6,5%.
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O resultado mensal deixou o setor 4,6% acima do patamar pré-pandemia, alcançando também o nível mais elevado desde novembro de 2015, de acordo com dados divulgados hoje (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).
Mas ainda assim os serviços estão 7,1% abaixo do recorde histórico de novembro de 2014.
Já em relação a agosto de 2020 houve crescimento de 16,7%, contra expectativa de alta de 16,3% e sexta taxa positiva consecutiva.
O avanço da vacinação no país vem permitindo a retomada dos serviços, com expectativa de que principalmente aqueles de caráter presencial ajudem a atividade econômica em geral.
“O setor de serviços mantém sua trajetória de recuperação em agosto, sobretudo nos serviços considerados não presenciais, mas também nos presenciais, com o avanço da vacinação e o aumento da mobilidade das pessoas”, afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Entretanto, desemprego e inflação elevados e o aumento dos juros podem pesar sobre esse cenário de recuperação dos serviços, atividade mais prejudicada pelas medidas de contenção de coronavírus.
O mês de agosto foi marcado pelo impulso de quatro das cinco atividades, sendo os destaques serviços de informação e comunicação (1,2%) e transportes (1,1%), após resultados negativos em julho.
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Enquanto o primeiro foi impulsionado pelos serviços de desenvolvimento e licenciamento de softwares, portais e provedores de conteúdo, o segundo ganhou força com o transporte aéreo de passageiros e operação de aeroportos.
“Outro aspecto a destacar é a logística de transporte e de cargas, que se beneficiou das exportações e do boom do comércio eletrônico”, destacou Lobo.
As outras duas altas ocorreram em serviços prestados às famílias (4,1%) com o segmento de alojamento e alimentação, e outros serviços (1,5%) com serviços financeiros auxiliares.
“Em resumo, temos setores reduzindo as perdas e outros se aproveitando de oportunidades trazidas pela pandemia”, completou o gerente da pesquisa.
Por outro lado, os serviços profissionais, administrativos e complementares recuaram 0,4% em agosto, e voltaram a ficar 0,2% abaixo do patamar pré-pandemia, juntando-se aos serviços prestados às famílias. O resultado do mês, entretanto, foi considerado uma acomodação do ritmo de crescimento depois de três altas seguidas.
O índice de atividades turísticas, por sua vez, cresceu 4,6% em agosto na comparação com julho. Após quatro resultados positivos, acumula avanço de 49,1%, mas ainda está 20,8% abaixo do patamar de fevereiro de 2020. (Com Reuters)
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