O banco central britânico deixou a taxa de juros inalterada hoje (4), indo contra as expectativas dos investidores de um aumento que o tornaria o primeiro dos grandes bancos centrais do mundo a elevar os juros após a pandemia de Covid-19.
O Banco da Inglaterra manteve viva a perspectiva de uma política monetária mais dura em breve, dizendo que provavelmente terá que elevar a taxa básica de sua mínima histórica de 0,1% “nos próximos meses” caso a economia tenha um desempenho conforme o esperado.
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Mas sete de seus nove membros votaram para evitar um aumento do juros por enquanto, para que desta forma pudessem ver quantas pessoas ficaram desempregadas após o fim recente do programa de manutenção do emprego do governo britânico.
Apenas dois membros do Comitê de Política Monetária – o vice-presidente Dave Ramsden e Michael Saunders – votaram por um aumento imediato de 15 pontos-base na taxa de juros.
A abordagem cautelosa do banco central da Inglaterra vem um dia após o Federal Reserve dos Estados Unidos anunciar ontem (3) que começará a reduzir seu programa de compra de títulos neste mês, um precursor de seu primeiro aumento de juros que os investidores esperam em meados de 2022.
O BCE (Banco Central Europeu) tem sido mais explícito sobre sua determinação em manter o fluxo de estímulos à economia da zona do euro. A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse ontem (3) que o banco dificilmente aumentará os juros no próximo ano.
Em seu anúncio de hoje (4), o Banco da Inglaterra disse que o Comitê votou a favor, por 6 a 3, de permitir que seu programa de compra de títulos do governo atingisse seu tamanho total de £ 875 bilhões.
Incluindo seus £ 20 bilhões em títulos corporativos — que neste mês começarão a ser reinvestidos em dívidas mais verdes — a meta total de compra de ativos permaneceu em £ 895 bilhões. (Com Reuters)