A Latam Airlines, maior grupo de transporte aéreo da América Latina, informou à meia-noite desta sexta-feira (26) que apresentou um plano de reestruturação propondo uma injeção de capital de 8,19 bilhões de dólares ao grupo, no âmbito do seu processo de saída da proteção falimentar nos Estados Unidos.
A proposta inclui uma combinação de novas ações, títulos conversíveis e emissão de dívida, disse o grupo em um comunicado, acrescentando que pretende lançar uma oferta de 800 milhões de dólares em direitos sobre ações ordinárias aos acionistas.
“Embora nosso processo ainda não esteja concluído, atingimos um marco fundamental no caminho para um futuro financeiro mais sólido”, disse Roberto Alvo, CEO da empresa.
Anteriormente, a Latam divulgou ter recebido várias ofertas para financiar uma saída com base no Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA, cada uma por mais de 5 bilhões de dólares. O grupo abraçou a proteção em Nova York em maio de 2020, quando as viagens pelo mundo foram interrompidas em meio à pandemia de Covid-19.
A proposta contempla três tipos de papéis que serão oferecidos preferencialmente aos acionistas, que implicam novo aporte em dinheiro da ordem de 4,64 bilhões de dólares.
Além disso, 500 milhões de dólares virão de uma linha de crédito comprometida e outros 2,25 bilhões em novos recursos de dívida.
Ao sair do Capítulo 11, a Latam espera ter dívida total de cerca de 7,26 bilhões de dólares e liquidez de cerca de 2,67 bilhões de dólares, complementou a empresa no comunicado.
Após o encerramento do processo, a posse de 9% do capital ordinário dará direito a um cargo no conselho de administração. A previsão é que cinco cargos sejam ocupados por representantes dos credores e quatro por acionistas que participaram da reestruturação.
Posteriormente, Alvo explicou aos jornalistas que se a subscrição total dos papéis for concluída, 67% da empresa ficará nas mãos de credores e 33% nas mãos dos atuais acionistas.
“A diluição para todos os atuais acionistas da empresa é de 99,9%”, detalhou.
A empresa sediada em Santiago registrou perdas de cerca de 692 milhões de dólares no terceiro trimestre, conforme continuou a lutar contra os problemas decorrentes da pandemia.
Alvo disse que espera concluir todo o processo em meados de 2022 e reiterou a intenção de a empresa atingir um tamanho semelhante ao que tinha antes da pandemia em 2024.
O plano de reestruturação é acompanhado de um acordo de suporte com o grupo de credores e alguns acionistas da Latam.