O índice que mede a confiança da indústria no Brasil teve sua quinta queda consecutiva em dezembro, fechando o ano no nível mais fraco em mais de um ano, com uma avaliação menos favorável sobre o momento atual e expectativas mais cautelosas para 2022.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 2,0 pontos este mês, a 100,1 pontos, seu menor nível desde agosto do ano passado (98,7), mostraram dados divulgados nesta segunda-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
“Tal resultado se explica por problemas que se estenderam ao longo do ano, como pressão nos custos, escassez de insumos e elevada incerteza”, explicou a economista do FGV IBRE, Claudia Perdigão, em nota.
Ela destacou ainda que o desemprego e a inflação, responsáveis pela queda no poder de compra das famílias e, consequentemente, na demanda, têm influência tanto nas avaliações da situação presente quanto para os próximos meses.
O Índice Situação Atual (ISA), que mede o sentimento em relação à atualidade, caiu 2,7 pontos, a 101,0 pontos, mínima desde agosto de 2020 (97,8).
O Índice de Expectativas (IE), indicador da percepção sobre os próximos meses, teve queda de 1,2 ponto, para 99,1 pontos, menor patamar desde maio deste ano (99).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada –indicador presente sobre se a indústria está produzindo a pleno vapor ou não– cedeu 1,0 ponto percentual, para 79,7%, mesmo patamar de agosto.
“Sobre a escassez de insumos, espera-se uma normalização a partir do segundo semestre do próximo ano. Nesse contexto, o setor encerra 2021 com gargalos ainda não resolvidos, incitando recuo das expectativas”, acrescentou Perdigão.